O bilionário André Esteves, principal acionista do BTG Pactual (BPAC11), está liderando uma articulação junto aos maiores bancos privados do Brasil — Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) — para viabilizar uma solução que evite a liquidação do Banco Master.
A estratégia envolve o uso emergencial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mecanismo que protege investidores em caso de quebra de instituições financeiras. Com uma dívida de R$ 16 bilhões em CDBs vencendo em 2025 — sendo R$ 7,6 bilhões ainda no primeiro semestre — o Master enfrenta sérias dificuldades de liquidez.
Seus ativos estão concentrados em precatórios e fundos de direitos creditórios, com baixa liquidez e alto grau de incerteza.
Três cenários estão em análise:
- Compra parcial pelo BRB (Banco de Brasília), com ativos selecionados.
- Compra compartilhada entre BRB e BTG.
- Aquisição integral pelo BTG, com suporte do FGC para garantir liquidez.
Este último cenário exigiria que o BRB retirasse sua proposta ou que o Banco Central (BC) a barrasse. Uma reunião extraordinária foi realizada no sábado, 5, em São Paulo, reunindo representantes do BC, FGC e CEOs dos maiores bancos.
A pauta principal foi o destino do Banco Master e o possível uso do FGC. O Banco Central informou que “realiza periodicamente reuniões para tratar da estabilidade financeira”.
Se o Banco Master for liquidado:
- O FGC pode ser acionado para indenizar investidores com até R$ 250 mil aplicados em CDBs do Master.
- Pode haver perda de confiança nos bancos médios, comprometendo a captação via CDBs.
- O sistema bancário pode sofrer um efeito dominó de desconfiança.
O BTG Pactual está de olho na carteira de precatórios do Master, incluindo uma ação bilionária contra a União, com potencial de pagamento de até R$ 14 bilhões. Além disso, o BTG avalia assumir a operação de crédito consignado da Credcesta, voltada a servidores públicos.
Os grandes bancos propuseram ao Banco Central novas regras para o FGC, visando aumentar a contribuição de instituições que captam agressivamente via CDBs, como fintechs e bancos médios. As mudanças sugeridas incluem:
- Redução do limite de captação garantida pelo FGC de 75% para 50% do patrimônio líquido.
- Exigência de maior alocação em títulos públicos.
- Maior responsabilidade das plataformas de distribuição de investimentos, como XP, BTG Digital e NuInvest.
A Abranet, que representa fintechs como Mercado Pago, PicPay e PagBank, defende que qualquer mudança no FGC deve passar por “amplo debate com a sociedade” para não prejudicar o pequeno investidor.
Segundo analistas, quem tem até R$ 250 mil investidos em CDBs do Master não deve se desesperar. O FGC garante esse valor, mesmo que a instituição venha a ser liquidada. O tempo para o recebimento, no entanto, pode variar dependendo do desfecho da negociação.
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