O manifesto na Avenida Paulista, em São Paulo, movimentou cerca de 50 mil pessoas – dado questionado por bolsonaristas, que afirmam que o número chegou a 500 mil – e foi avaliado por políticos de direita como crucial para pressionar o Congresso a acelerar a tramitação do Projeto de Lei (PL) que anistia os presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.
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Entre os presentes estavam autoridades políticas, como sete governadores, incluindo Ronaldo Caiado (UB), além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares bolsonaristas usaram o ato para cobrar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a votação da anistia.
Mesmo com a movimentação que, para muitos tem como real motivo viabilizar a candidatura de Bolsonaro em 2026, a ação ainda é considerada distante. Motta já deixou claro que não pretende priorizar o projeto bolsonarista — cenário que colocou os acusados do 8/1 e o próprio Bolsonaro em xeque.
Afinal, a anistia não só beneficiaria os apoiadores do ex-presidente que invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília, como também abre brecha para aliviar situação jurídica de Bolsonaro. Eventualmente, a anistia poderia viabilizar a candidatura do principal nome da direita no ano que vem. Bolsonaro sabe disso mais do que ninguém.
Durante o discurso, inclusive, reciclou a declaração que fez quando se tornou réu por tentativa de golpe de Estado e disse que a violação à democracia foi sua derrota na eleição de 2022. Apesar da temática do evento ser o perdão aos acusados de participarem dos atos golpistas, Bolsonaro pouco falou sobre o assunto nos quase 25 minutos em que discursou.
Na maior parte do tempo, o ex-presidente defendeu a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições. A fala, porém, abriu o questionamento: Bolsonaro de fato está pensando “nos patriotas” ou está tentando promover a si mesmo? Ao que tudo indica o ex-presidente tem tentado limpar a propria barra.
Com medo de ser preso, o ex-mandatário tem “atirado” para todos os lados. Ou seja, buscando de todas as formas se livrar da culpabilidade. Não apenas ele, mas os familiares de Bolsonaro também. Há meses parlamentares e familiares do ex-presidente, como deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), estão buscando “justiça” nos Estados Unidos, em um verdadeiro show de submissão ao Governo Trump.
O post Ato por anistia ao 8 de janeiro tem intenção de limpar mais a barra de Bolsonaro do que a dos ‘patriotas’ apareceu primeiro em Jornal Opção.