O governo Lula (PT) fez um ‘mapa de cargos’ com indicações feitas por deputados em órgãos federais nos estados para desmobilizar o projeto de anistia aos condenados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. A ideia do Planalto é frear a adesão de parlamentares do Centrão à proposta.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, pediu a elaboração do mapa assim que assumiu a pasta. A ministra reformulou e ampliou o número de servidores responsáveis pela montagem do mapa.
Com o mapa, o governo constatou que deputados com indicações nos órgãos federais estavam deixando de seguir a orientação do governo em votações. Parlamentares e partidos deverão ser cobrados a atuar de forma mais alinhada ao governo, sob pena de perda de indicações.
O tema foi tratado por Gleisi em uma reunião com líderes do Centrão no último mês. Os líderes reclamam que várias indicações foram feitas sem o aval deles, em negociações diretas entre o governo e deputados.
Na tarde desta segunda-feira, 14, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, protocolou requerimento de urgência do PL da Anistia com 264 assinaturas. Quase metade dessas assinaturas são de parlamentares de partidos da base do governo, como o PSD e MDB, ou que possuem ministérios (PP, UB e Republicanos).
O Planto se esforça para convencer deputados da base de que o PL beneficia, também, o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe e financiadores. O governo avalia que muitos deputados desconhecem o teor do texto.
Recentemente, o governo mudou o tom sobre o projeto, o tratando como inaceitável e inconstitucional. Porém, Gleisi e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmaram que o debate sobre a revisão de penas a alguns dos condenados tem legitimidade.
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