Se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, for candidato à reeleição, o quadro eleitoral do Estado muda de configuração.
Se Tarcísio de Freitas não for candidato, o mais provável é que o PT apoie a candidatura do vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, um político de centro-direita. Porém, se o governador disputar a reeleição — e não a Presidência da República —, é provável que Alckmin opte por permanecer na vice do presidente Lula da Silva, do PT, para a disputa de 2026.
De acordo com reportagem de Matheus de Souza e Samuel Lima, de “O Globo” — “De Drauzio Varella a Raí: sob a sombra de Tarcísio, esquerda paulista cogita até celebridades para disputa do governo” —, a esquerda pode apostar num outsider para o confronto com o bolsonarismo no Estado mais rico do país.
Em 2022, o bolsonarismo apresentou um outsider na disputa pelo governo de São Paulo, exatamente Tarcísio de Freitas, que derrotou a esquerda. Agora, a esquerda pode seguir o mesmo caminho e apresentar um outsider para tentar derrotar a direita.
Não há a menor dúvida de que o ex-jogador de futebol Raí e o médico Drauzio Varella são grandes nomes. Poderiam surpreender, se candidatos a governador.
Entretanto, tanto Raí quanto Drauzio Varella disseram ao “Globo” que não estão dispostos a disputar. Porém, se seus nomes forem colocados em pesquisas e aparecerem bem, o que realmente farão? O mais provável é que, em pesquisas não divulgadas, seus nomes tenham aparecido bem posicionados.
Drauzio Varella disse ao “Globo”: “Ninguém entrou em contato comigo. Mas, se o fizessem, seria tempo perdido. Não tenho o menor talento para a política”.
Raí seguiu pelo mesmo caminho: “O máximo que desejo fazer [em termos políticos], além do trabalho social, é influenciar políticas públicas, mas de forma independente e apartidária. A chance de cargos eletivos para mim é zero. Não é meu perfil”.
Sem Raí e Drauzio Varella, o que a esquerda fará? A prioridade é Alckmin. Mas, se optar por continuar na vice, a esquerda tem outros nomes, como Guilherme Boulos (Psol, que planeja disputar mandato de senador), Fernando Haddad (PT), Alexandre Padilha (PT), Márcio França (PSB) e Luiz Marinho (PT).
Na verdade, a esquerda está esperando o posicionamento do presidente Lula da Silva, que quer palanques fortes nos Estados, sobretudo para a disputa presidencial.
Os nomes fortes da direita em São Paulo

A direita está assanhada, sobretudo se Tarcísio de Freitas sair do páreo para a disputa do governo de São Paulo. Gilberto Kassab (PSD), eminência parda do gestor estadual, planeja ser candidato a governador.
O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), também está colocando seu nome para a disputa, assim como o deputado estadual André do Prado (PL) e Guilherme Derrite (pP, que pode disputar mandato de senador).
O ex-presidente Jair Bolsonaro já avisou que seu filho Eduardo Bolsonaro — se voltar ao Brasil — será candidato a senador.
Pablo Marçal, por enquanto inelegível, planeja disputar o governo de São Paulo e tem apelo popular.
O post Drauzio Varella e Raí: um deles pode ser o candidato da esquerda a governador de São Paulo? apareceu primeiro em Jornal Opção.