O astronauta norte-americano Don Pettit, o mais velho em atividade na NASA, concluiu neste domingo, 20, uma missão de sete meses na Estação Espacial Internacional (ISS) e retornou à Terra exatamente no dia em que completou 70 anos. O pouso ocorreu nas estepes do Cazaquistão, às 4h20 no horário de Moscou (22h20 de sábado, em Brasília), marcando o fim de uma jornada de 222 dias no espaço. Pettit viajava a bordo da nave russa Soyuz MS-26, acompanhado pelos cosmonautas russos Alexei Ovchinin e Ivan Vagner.
Don Pettit, conhecido por seu perfil técnico, reflexivo e apaixonado pela ciência, se tornou símbolo de longevidade e excelência no programa espacial norte-americano. Ao escrever suas últimas palavras a bordo da estação, dois dias antes do retorno, ele refletiu sobre o significado de voltar ao planeta natal após meses flutuando em microgravidade: “Depois de sete meses na estação espacial, voltaremos em nossa nave Soyuz, pousando nas estepes do Cazaquistão. Quando nossa cápsula tocar o solo naquelas planícies desérticas, estarei literalmente do outro lado da Terra, a quase 19 mil quilômetros de casa. Mas, de certa forma, estarei em casa”, escreveu na sexta-feira,18.
O astronauta projetou ainda uma visão futurista do retorno à Terra após viagens interplanetárias, apontando a Terra como um símbolo universal de lar: “Posso imaginar que, no futuro, uma tripulação retornando de Marte, ao entrar na órbita baixa da Terra, olhará para esta joia azul girando abaixo e dirá: ‘Estou em casa’.”
Durante a missão, Pettit participou de uma série de experimentos científicos sobre a presença humana no espaço. De acordo com comunicado da NASA, ele “comandou pesquisas para melhorar a capacidade em órbita da impressão em 3D, a tecnologia de tratamento de águas residuais, o cultivo de plantas e a gestão de um incêndio em microgravidade”.
A agência espacial americana destacou também o caráter simbólico da data de retorno. “Pettit retorna à Terra no seu 70º aniversário, domingo, 20 de abril”, celebrou a NASA, que reforça o marco histórico de manter em operação um astronauta ativo em idade considerada elevada para os padrões da carreira.
Além de Pettit e dos dois cosmonautas russos, a tripulação da ISS contou até março com a presença de outros dois astronautas norte-americanos, inicialmente enviados para uma estadia de apenas oito dias. No entanto, esses dois tripulantes acabaram permanecendo por mais de nove meses no espaço após uma falha na nave de retorno, considerada inadequada para trazê-los com segurança à Terra.
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