O 1º vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira (MDB), solicitou a suspensão da sessão desta terça-feira, 22, por uma hora. O pedido foi feito após o vereador Sargento Novandir (MDB) discursar contra uma servidora, com quem esteve envolvido em uma acusação de agressão em 2023, da qual foi absolvido por falta de provas. O presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), acatou o pedido, e os parlamentares se reuniram na Sala da Presidência para tratar do assunto.
A situação teve início durante o pequeno expediente da sessão (momento em que os vereadores usam para discursar na tribuna do plenário), quando Novandir iniciou um discurso contra a servidora do vereador Henrique Alves (MDB). O parlamentar questionou o motivo de ela estar sentada atrás dele no plenário. “Eu peço providências, não vou aceitar ela atrás de mim, ou então, o senhor coloca câmeras em todo lugar”, disse Novandir.
Logo após o discurso de Novandir, o vereador Tião Peixoto (PSDB) fez uso da palavra e defendeu o colega de Casa. “Os vereadores precisam se unir uns com os outros, não pode ter essas bagunças”, afirmou.
Em sequência, o decano da Casa criticou os conflitos internos e sugeriu uma reunião entre os vereadores na Sala da Presidência. Ele também pediu que a produção técnica da Casa repassasse imagens de uma homenagem ao Papa Francisco, que faleceu na segunda-feira, 21. “Particularmente, vou pedir para o presidente (Romário Policarpo) e para a Mesa Diretora que convoquem uma reunião com os 37 vereadores. Os reclames que acontecem dentro da Casa precisam ser mais dosados”, afirmou.
O Jornal Opção entrou em contato com a assessoria do vereador Sargento Novandir para comentar e aguarda uma resposta. A reportagem também tentou contato a servidora, que, na época do incidente, era assessora do vereador Geverson Abel (Republicanos) e atualmente está com o 1º secretário, Henrique Alves (MDB).
O Caso
O incidente ocorreu no dia 10 de fevereiro de 2023, por volta das 11h, na Rua CP 23, no Residencial Antônio Carlos Pires. A servidora, na época com 23 anos, relatou que estava em um evento quando o sargento chegou e partiu para cima dela, enquanto discutia com Abel. Surpreendida pela agressão, ela descreveu ao Jornal Opção que tudo aconteceu muito rápido. “Ele grudou no meu pescoço. No momento, fiquei com muito medo, mas continuei trabalhando”, explicou a vítima.
A servidora detalhou que estava no evento quando o sargento chegou “meio descabelado” e partiu para cima dela, enquanto discutia com Abel. Surpresa com a agressão, ela acredita que o objetivo de Novandir era agredir Abel. “Ele grudou no meu pescoço. No momento, fiquei com muito medo, mas continuei trabalhando”, afirmou.
Procurado, Novandir negou as acusações e afirmou ser incapaz de agredir uma mulher. “Não agredi, não conversei com ela”, disse. O parlamentar explicou ainda que realmente houve uma discussão com Abel e seu irmão, mas garantiu não ter ocorrido qualquer agressão. “É provável que ele esteja arrumando testemunhas falsas e acusações caluniosas, mas a gente vai provar o contrário. Eu não agredi nem homem nem mulher, é o fim do mundo um negócio desse”, desabafou.
O caso foi levado ao Ministério Público de Goiás (MPGO), com o promotor Cláudio Braga Lima analisando a denúncia. No entanto, o processo foi arquivado por falta de provas, e Novandir foi inocentado.
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