O Ministério da Agricultura e Pecuária revelou nesta quinta-feira, 23, detalhes da composição de produtos apreendidos em São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Hugo Caruso, titular da pasta, disse que os produtos, conhecidos como “café fake” eram feitos de resíduos de lavoura como cascas, grãos ardidos e defeituosos.
O material foi retirado dos supermercados e será analisado também pela Anvisa. A operação, motivada por denúncia de fraude, identificou o uso de matérias-primas irregulares, como aromatizantes e subprodutos da colheita de café. Com a alta nos preços, esse tipo de produto mais barato se espalhou pelo mercado, tentando imitar marcas tradicionais com embalagens similares e descrições pouco claras, como “pó para preparo de bebida sabor café” em letras pequenas.
Uma pesquisa do Procon Goiás de fevereiro, revelou que o pacote de 500 gramas de uma mesma marca apresentou vairação de 50% do preço e é era vendido entre R$ 27,98 e R$ 41,89. O levantamento também mostrou que em um ano, o preço do produto subiu mais de 80%.
A legislação brasileira permite até 1% de impurezas naturais no café, como folhas ou cascas, mas proíbe completamente a adição de ingredientes estranhos, como milho, cevada, açúcar ou borra de café. Muitos dos produtos investigados nem sequer continham café, sendo compostos por outros grãos e aromatizantes — o que os torna ultraprocessados.
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