A brasileira Kira Salim, também conhecida como Clara Ganapol Salim, de 34 anos, foi uma das 11 vítimas fatais de um atropelamento coletivo ocorrido durante o Festival do Dia de Lapu Lapu, em Vancouver, no Canadá, na madrugada do último domingo, 27. Segundo informações da polícia local, um motorista de 30 anos avançou contra a multidão, resultando em dezenas de feridos e múltiplas mortes. Embora a brutalidade do ato tenha gerado especulações, as autoridades canadenses descartaram a hipótese de terrorismo.
Natural do Rio de Janeiro, Kira Salim era filha de mãe argentina e pai gaúcho. Desde cedo, demonstrou grande paixão pela música, o que a levou a estudar no tradicional Colégio Pedro II e, posteriormente, a cursar Licenciatura em Música na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde se formou em 2014. Sempre em busca de novos conhecimentos, ela concluiu, em 2021, um mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e Educação na Universidad Europea del Atlántico, na Espanha.
Há três anos, Kira havia decidido mudar de vida e passou a morar na Colúmbia Britânica, onde construiu sua trajetória. Atuava como conselheira escolar na Fraser River Middle School, em New Westminster, e anteriormente trabalhou como professora infantil em uma escola secundária canadense. Seu amor pela educação e pela música a acompanhou desde o Brasil, onde já havia lecionado na Escola Americana do Rio de Janeiro.
Nas redes sociais, Kira apresentava com orgulho sua missão de vida: “Minha missão pessoal é facilitar e orientar jovens e comunidades marginalizadas a prosperarem em suas vidas, criando um ambiente diverso e equitativo que estimule diferentes forças e personalidades, além de oferecer soluções personalizadas e inovadoras para apoiar os pacientes”. Sua atuação profissional incluía não apenas o ensino de música — com aulas de banda, coro e música geral —, mas também a adaptação de acomodações acadêmicas especiais para estudantes neurodivergentes e para aqueles com deficiências.
Conforme relatado pela polícia de Vancouver, “por volta das 20h14 do dia 26 de abril, um homem atropelou uma grande multidão que participava do Festival do Dia de Lapu Lapu, perto da Avenida 43 Leste e da Rua Fraser. Um suspeito de 30 anos, homem de Vancouver, foi preso no local”. Posteriormente, o motorista foi identificado como Kai-Ji Adam e indiciado por homicídio. De acordo com o chefe interino da polícia de Vancouver, Steve Rai, o responsável agiu sozinho. Em nota oficial, as autoridades reforçaram: “Neste momento, estamos confiantes de que o incidente não foi um ato de terrorismo”.
Além das 11 mortes confirmadas, mais de 20 pessoas ficaram feridas no ataque que abalou a zona sul de Vancouver. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil lamentou o ocorrido e emitiu um comunicado: “O governo brasileiro expressa suas profundas condolências às famílias das vítimas e deseja a rápida e plena recuperação de todos os feridos. Estende sua solidariedade ao povo e ao governo canadense”.
O atropelamento em Vancouver surpreendeu pelo contexto em que ocorreu. O Festival do Dia de Lapu Lapu celebra um herói filipino que resistiu à colonização espanhola e, tradicionalmente, é um evento festivo, focado na cultura e história das Filipinas.
Kira, que havia construído uma carreira sólida e uma vida tranquila no Canadá, estava justamente participando dessa celebração quando foi atingida. O autor do crime, Kai-Ji Adam Lo, permanece detido e será julgado pelas autoridades canadenses. Até o momento, a polícia segue investigando as circunstâncias que levaram o motorista a cometer o atropelamento.
Leia também:
Carro invade festival filipino em Vancouver e deixa ao menos 9 mortos
Policial Civil é suspeito de matar carpinteiro na região dos motéis em Aparecida de Goiânia
O post Saiba quem era a brasileira que morreu atropelada em festival no Canadá apareceu primeiro em Jornal Opção.