Um vídeo, que mostra um besouro expelindo um líquido altamente quente e cáustico contra outros insetos, viralizou nas redes sociais nas últimas semanas, despertando a curiosidade de internautas. O protagonista das imagens é o besouro-bombardeiro, um predador natural pertencente à família Carabidae, conhecido por seu mecanismo de defesa e ataque único na natureza. “E vem com mira e tudo? Fascinante”, comentou um dos usuários no X (antigo Twitter).
A popularidade repentina do inseto se deve à sua incrível habilidade de lançar um jato químico extremamente quente — que pode alcançar a marca de 100ºC — diretamente pelo abdômen, com precisão direcionada e pulsos rápidos, não contínuos. Essa técnica não apenas paralisa como pode matar suas presas instantaneamente, sendo igualmente eficaz como método de defesa contra predadores. A substância lançada não é ácida, mas cáustica, e sua força de impacto chamou a atenção do público pela potência e eficácia.
Veja vídeo do pum mortal do besouro-bombardeiro:
Embora o vídeo que ganhou notoriedade registre apenas um exemplar da espécie, os besouros-bombardeiros estão longe de ser uma raridade. De acordo com pesquisadores, existem pelo menos 500 espécies identificadas em todo o planeta, com exceção da Antártida. No Brasil, diversas variações desse tipo de besouro podem ser encontradas em diferentes regiões, principalmente em áreas de vegetação densa.
Método inusitado para matar
Em termos biológicos, o besouro-bombardeiro apresenta um dos sistemas de defesa mais sofisticados já observados entre os artrópodes. Seu “pum mortal”, como ficou conhecido entre internautas, nada mais é do que uma reação química provocada internamente, a partir da mistura de dois compostos armazenados separadamente no corpo do inseto: hidroquinona e peróxido de hidrogênio. Quando ameaçado, o animal ativa uma câmara reacional no abdômen onde os dois compostos se encontram, provocando uma reação exotérmica que gera calor intenso e libera um jato explosivo de líquido cáustico.
Esse comportamento não está restrito à fase adulta do animal. Desde a fase larval, o besouro já manifesta hábitos predatórios e consome pequenos artrópodes, evidenciando sua vocação natural para a caça ativa. Diferentemente de outros insetos que apenas reagem a ataques, o besouro-bombardeiro vai em busca de suas presas, caçando no solo e utilizando o ambiente como aliado.
Comumente encontrados sob pedras, entre folhas caídas ou sob galhos em decomposição, esses besouros preferem locais sombreados e ricos em serapilheira, como florestas, pastagens e áreas úmidas. Esses ambientes fornecem abrigo e uma abundância de presas, criando condições ideais para o ciclo de vida predador da espécie. Além disso, o fato de habitarem o solo os torna difíceis de detectar, o que contribui ainda mais para sua eficiência como caçadores e sua segurança contra predadores naturais.
A anatomia do inseto também é adaptada para esse comportamento singular. O orifício localizado na ponta do abdômen é capaz de direcionar o jato de forma controlada, o que permite ao besouro mirar com precisão em seus alvos. Essa mira ajustável garante que a substância quente seja aplicada exatamente onde o animal deseja, aumentando as chances de sobrevivência e sucesso na caça.
Veneno pode afetar humanos?
Por mais impressionante que seja, o jato expelido pelo besouro-bombardeiro não representa ameaça aos seres humanos. Apesar da temperatura elevada e da toxicidade relativa da substância, os efeitos são dimensionados para insetos e pequenos animais, não sendo suficientes para causar danos em escala humana.
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