Feirantes, vendedores e barraqueiros de São Miguel do Araguaia denunciaram uma cobrança atípica e indevida feita pela Prefeitura através da Secretaria de Turismo para a concessão de licença para venda de alimentos durante a Cavalgada de Páscoa, que contou com apresentações musicais e que aconteceu nos dias 20 de abril.
Para trabalhar na Cavalgada de Páscoa, os vendedores dizem que tiveram que pagar uma taxa de R$ 300 a R$ 600, a depender do tamanho da barraca, diretamente, via PIX ou em dinheiro, para a empresa Vizzo Comunicação Ltda. Segundo os barraqueiros, o valor é bem maior do que era cobrado regularmente pela Prefeitura, cerca de R$ 100.
Segundo os vendedores, a orientação do pagamento era feita pelo secretário de Turismo, Willian Neves Soares, que é um dos sócios da Vizzo Comunicação. O titular da pasta foi exonerado no dia 22 deste mês, cinco dias antes do evento. O Jornal Opção confirmou as informações com três vendedores, mas por terem ligações com a administração municipal ou serem servidores, eles concordaram em falar apenas sob reserva. Segundo o prefeito, Jeronymo Siqueira (PL), Neves foi exonerado até que o procedimento administrativo disciplinar (PAD) seja concluído.


A reportagem não conseguiu levantar o valor total recebido pela empresa do ex-secretário de Turismo, pois segundo alguns vendedores, nem todas as barracas que trabalharam no evento fizeram os pagamento.
Ao Jornal Opção, o ex-secretário de Turismo afirmou que está montando a defesa que será apresentado em um processo administrativo aberto na Prefeitura. “Estou montando a minha defesa, juntando todos os comprovantes onde a gente pegou, realmente, o valor de patrocínio dos barraqueiros para poder custear os eventos e foi dito para todos que o dinheiro seria revertido para o pagamento dos custeios e aí estou aguardando o parecer do jurídico. A gente gastou todo o dinheiro que recebemos e nós temos os comprovantes e isso eu vou apresentar na Prefeitura”, disse.
Sobre o pagamento ter sido feito diretamente para a empresa Vizzo, Neves disse que a Prefeitura não entrou com recurso para o evento e que ele foi pago inteiramente com a arrecadação dos patrocínios, mas nos posts de divulgação publicados nas redes sociais da Prefeitura, a organização do evento era da Secretaria Municipal de Turismo e da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de São Miguel do Araguaia.
O prefeito negou que sabia da cobrança e afirmou que tudo que o o secretário de Turismo fez foi sem o conhecimento de Siqueira. “O que ele me justificou, depois que eu fiquei sabendo de tudo, que foi feito um acordo com os barraqueiros (vendedores) que não seria uma taxa cobrada, mas um patrocínio para os custeios do evento”, afirmou Joronymo Siqueira.
Ele ainda afirmou que a Cavalgada de Páscoa não foi custeada pela Prefeitura. “Não foi, não teve nenhum dinheiro da Prefeitura, zero”, afirmou. Quando perguntado sobre as logomarcas das secretarias nos posts de divulgação, Siqueira afirmou que poderiam usar, mas que nenhum recurso seria empenhado para a realização da cavalgada e orientou que Neves e os demais organizadores fossem no comércio procurar patrocínio.
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