Copom se reúne para novo reajuste da Selic; saiba o que esperar da taxa de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) irá se reunir nos dias 6 e 7 de maio para realizar um novo ajuste na Taxa Selic. O mercado debate qual será a intensidade da elevação da taxa básica de juros, cuja expectativa é de alta de 0,5 ponto percentual, o que deixaria a Selic em 14,75% ao ano.

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Economistas, porém, apontam para uma elevação de 0,75 ponto, com um ciclo de altas que possa seguir até acima dos 15%. A XP, por exemplo, projeta 0,75 p.p. de alta na Selic em maio e 0,50 p.p. de alta em junho, elevando os juros então para 15,50% no fim do ciclo e sinalizando uma pausa no aperto monetário – e a manutenção dessa taxa até o fim do ano, com o BC analisando então os efeitos da política monetária mais restritiva.

Analistas do BTG projetam uma Selic terminal ligeiramente menor, de 15,25% ao final de 2025. A expectativa é de duas altas de igual magnitude para as reuniões de maio e junho. O Itaú também projeta duas altas sucessivas de 0,50 p.p., culminando então em uma Selic terminal de 15,25%. Os especialistas do banco, entretanto, ainda discutem se a alta será de igual magnitude e avaliam as variáveis.

No mesmo relatório, o banco revisou para baixo seu cenário de inflação, cortando a expectativa para o IPCA de 5,7% para 5,5%. Economistas do C6 Bank estimam que o Copom deve elevar juros a 14,75%, sem dar nova sinalização. A visão da casa é de que desde a última reunião, aconteceram poucas mudanças nas variáveis que afetam o cenário prospectivo para a inflação.

Considerando que nas comunicações mais recentes do BC os diretores mencionaram o aumento da incerteza do cenário externo e sinalizaram que nesse ambiente não faria sentido se comprometer com novos movimentos, a tese é de que o Copom deve deixar a próxima decisão de juros em aberto.

Expectativas para Selic no Focus

Na edição mais recente do Boletim Focus, da última segunda-feira, 28, o consenso do mercado financeiro fez ajustes discretos nas estimativas para a inflação de 2025 e 2026. Já as previsões para o desempenho da economia e para a taxa básica de juros foram mantidas.

No campo dos juros, o mercado manteve a projeção de que a Selic terminará 2025 em 15%, repetindo a mesma marca pela 16ª semana seguida. Para 2026, a previsão segue em 12,50%. Atualmente, a taxa está em 14,25% ao ano. A aposta entre os analistas aponta para um aumento de 0,5 ponto percentual em maio, seguido de um ajuste menor, de 0,25 ponto percentual, no mês seguinte.

A projeção para o IPCA ao final deste ano passou de 5,57% para 5,55%. Para o ano seguinte, a expectativa saiu de 4,50% e foi para 4,51%. O objetivo central da política monetária continua sendo uma inflação de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não sofreram alterações. A expectativa é de alta de 2% em 2025 e avanço de 1,70% em 2026, os mesmos números observados na semana anterior.

Copom de março

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na terça-feira, 29, que vem lidando com um cenário de inflação complicado, o que levou a autoridade monetária a manter o ciclo de alta dos juros.

Durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, Galípolo ressaltou que o entendimento adotado pelo Copom em março continua válido. Na ocasião, a Selic foi ajustada em um ponto percentual, alcançando 14,25% ao ano, com a sinalização de uma elevação menor na reunião de maio.

Segundo Galípolo, a condução da política monetária busca reagir a um movimento inflacionário persistente, o que exige prolongar o ciclo de aperto. Ele destacou ainda que o BC monitora os efeitos da política adotada, reconhecendo que o ambiente de incertezas pede atuação cuidadosa e flexível.

Ao comentar a meta de inflação de 3%, Galípolo declarou que não há qualquer incômodo em relação a esse objetivo. Ele observou que, diferente de outros mercados, a economia brasileira mantém certo ritmo de atividade mesmo operando com juros mais altos.

Outro ponto mencionado pelo presidente do BC foi a dificuldade na transmissão dos efeitos das decisões de política monetária do Copom no país. De acordo com ele, essa característica do sistema financeiro nacional acaba exigindo taxas básicas mais elevadas para alcançar os resultados pretendidos.

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