Criminosos “comuns” e faccionados buscam anonimato na zona rural para escapar da Justiça em Goiás

A debandada de faccionados procurados pela Justiça, que buscam refúgio em Estados como Rio de Janeiro e São Paulo – berços do CV e PCC – já virou rotina no crime organizado. Entretanto, criminosos “comuns”, que não possuem vínculo com grandes organizações, ou até mesmo desassistidos pela facção, têm buscado outros meios de se esconder das autoridades, tendo o trabalho na zona rural como um dos principais destinos. 

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O cenário, inclusive, é expressado em números. Apenas neste ano, entre janeiro e abril, o Batalhão Rural da Polícia Militar de Goiás (PMGO) recapturou 137 foragidos da Justiça – média de mais de um procurado por dia. O número é 38,3% maior do que o contabilizado no mesmo período do ano passado (99), conforme o subcomandante da unidade, major Márcio de Lima Pereira.

Além da atuação direta, a corporação também prendeu em conjunto com outras forças de segurança do Estado 35 criminosos em todo o território goiano, além de intermediar a detenção de outros 24 foragidos em 11 unidades da federação apenas em 2025, totalizando 196 capturados.

Em 15 de abril, por exemplo, o Batalhão Rural auxiliou na captura de um integrante da facção goiana Amigos do Estado (ADE), que estava escondido na cidade de Cachoeirinha, no interior do Rio Grande do Sul. Tendo passagens por homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ou posse ilegal de arma de fogo, o faccionado tinha um mandado de prisão em aberto por roubo, expedido pela comarca de Goianira.

“Entre os principais crimes praticados estão furto, roubo, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, receptação, lesão corporal, estupro, violência doméstica e, em alguns casos, o não pagamento de pensão alimentícia, resultando em mandados de prisão civil”, explica major Lima ao Jornal Opção.

Reincidentes 

Lima conta que o aumento no número de prisões está ligado a uma combinação de fatores, como a evolução no uso de tecnologias, a integração entre as forças de segurança, assim como a maior agilidade e eficiência nas investigações criminais e o monitoramento dos apenados, realizado pela Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP).

As capturas, em sua maioria, ocorrem durante o policiamento ostensivo e preventivo, por meio de bloqueios e abordagens. As denúncias e o trabalho do serviço de inteligência, segundo o major, são essenciais na localização e prisão dos foragidos, que costumam atuar como caseiros e/ou apenas se esconder em propriedades rurais de parentes. 

“As investigações são conduzidas pela Polícia Civil, que tem exercido função crucial na elucidação dos crimes, resultando na expedição de mandados de prisão pelo Poder Judiciário”, reforça o subcomandante.

À medida que as forças de segurança intensificam ações no perímetro urbano das cidades, por meio de operações contundentes no combate à criminalidade, os criminosos passam a buscar refúgio na zona rural, na tentativa de se manterem no anonimato. Entretanto, mesmo escondidos, há casos em que os indivíduos voltam a praticar crimes.

“Há diversos perfis de criminosos, desde membros de organizações criminosas até infratores eventuais. No entanto, é comum a presença de indivíduos reincidentes, com extensas fichas criminais”, concluiu Lima.

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