Governo federal tenta capitalizar eleitoralmente o roubo do INSS

Desde 2019, associações e sindicatos roubaram R$ 6,3 bilhões de 4,1 milhões de aposentados e pensionistas do INSS. O roubo foi anunciado enquanto acontecia — o Jornal Opção revelou que, em Goiás, ao menos 100 pessoas protestaram junto à Associação dos Aposentados e Pensionistas de Goiânia (Aapego) contra descontos indevidos. O congresso e o governo federal, por meio do INSS, atuaram… contra os aposentados e pensionistas, facilitando descontos não autorizados.

A investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o governo demorou a agir. Carlos Lupi (PDT), foi informado do esquema em 2023 e tomou apenas medidas “cosméticas”, que não impediram a duplicação da fraude em 2024. Em entrevista à imprensa, sua justificativa oficial foi de que “no governo, tudo é demorado”. Se a sociedade tolerar as medidas de fachada, e se tolerar a desculpa esfarrapada, estará admitindo que não se importará em ser roubada novamente.

Agora, o governo estudando usar dinheiro público, do orçamento do Executivo, para fazer a devolução dos valores descontados indevidamente. Lançar um plano de ressarcimento às vítimas pega bem, compõe a imagem de quem está ao lado da população. Mas, na verdade, o plano de ressarcimento significa sacrifício nenhum. O mesmo governo que ignorou as denúncias quer usar o dinheiro do contribuinte para a indenização.

Além disso, indenizar significa admitir a fraude. A mudança de postura, de leniência para proatividade, é uma forma de capitalizar eleitoralmente o roubo de dinheiro público. É claro que os lesados devem ser ressarcidos, mas a intenção de tornar a operação para corrigir o rombo uma bandeira eleitoral já está anunciada.

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