O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em alta recorde nesta terça-feira, 13, impulsionado por dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, balanços corporativos positivos e a expectativa em torno da ata do Copom.
O índice subiu 1,76%, encerrando o pregão aos 138.963 pontos, superando a máxima anterior de 137.343 pontos registrada em 28 de agosto de 2024. No câmbio, o dólar comercial caiu 1,33%, cotado a R$ 5,6075, refletindo a reação dos mercados ao novo acordo comercial entre Estados Unidos e China e à leitura favorável dos dados de inflação americana.
Os investidores monitoraram de perto os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos. Em abril, o CPI subiu 0,2%, abaixo da expectativa de 0,3% apurada pela Reuters. Em 12 meses, a inflação acumulada foi de 2,3%, também abaixo da projeção de 2,4%.
Apesar de o CPI não ser o indicador preferencial do Federal Reserve (Fed) para definir sua política monetária, o resultado reforça a perspectiva de controle da inflação nos EUA e abre espaço para possíveis cortes na taxa de juros.
Dólar cai com apetite ao risco após acordo comercial entre EUA e China
A desvalorização do dólar também foi influenciada pelo anúncio de um acordo tarifário entre Estados Unidos e China, firmado na segunda-feira. As duas maiores economias do mundo decidiram suspender por 90 dias parte das tarifas punitivas impostas desde abril.
Washington reduziu tarifas de 145% para 30% sobre produtos chineses, enquanto Pequim cortou de 125% para 10% as tarifas sobre importações norte-americanas. O acordo reduziu momentaneamente as tensões da guerra comercial e estimulou o apetite por ativos de risco, favorecendo moedas de países emergentes como o real brasileiro, além do peso mexicano e do peso chileno.
Ainda assim, a cautela prevaleceu no mercado, diante da incerteza sobre os próximos passos da disputa comercial. O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a seis divisas, recuava 0,26%, a 101,460.
No cenário doméstico, os investidores analisaram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento reforçou que, diante de expectativas de inflação desancoradas, o Comitê considera necessário manter uma política monetária mais restritiva por um período prolongado.
Na semana passada, o Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, e deixou em aberto os próximos passos para a reunião de junho. A manutenção dos juros altos no Brasil amplia o diferencial de juros em relação aos países desenvolvidos, o que tende a fortalecer o real frente ao dólar.
Leia também:
- Desembargador que autorizou compra do Banco Master pelo BRB tem familiares em cargos no GDF
- ACIEG critica fim de benefícios fiscais, escala 6×1 e propõe modernização da máquina pública
O post Ibovespa bate recorde histórico com dados de inflação dos EUA e balanços apareceu primeiro em Jornal Opção.