Presidente do Peru é alvo de operação por enriquecimento ilícito

A presidente do Peru, Dina Boluarte, foi alvo de operação neste sábado, 30, suspeita de possuir relógios da marca de luxo Rolex não declarados como parte de seus bens. As forças de segurança do país cumpriram mandados de busca e apreensão na residência da chefe de Estado e na sede do governo.

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Durante a madrugada, policiais e representantes do Ministério Público entraram na casa de Boluarte, em Lima, capital do Peru, e depois revistaram o palácio do governo. Boluarte estava na residência quando aconteceu a operação.

Os órgãos de segurança do Peru não informaram se os relógios foram encontrados, aegando que a investigação foi realizada em caráter “reservado”. Segundo um documento da polícia, quase 40 agentes e promotores participaram da operação deste sábado.

Na presidência desde dezembro de 2022, Boluarte começou a ser investigada este mês por suposto crime de enriquecimento ilícito e omissão por não apresentar declarações financeiras em documentos públicos. A operação aconteceu depois que o Ministério Público não aceitou que a presidente reagendasse uma audiência na qual deveria mostrar os relógios e seus comprovantes de compra. 

Impactos para Boluarte

Se a presidente for indiciada por enriquecimento ilícito, ela só responderá a um eventual julgamento depois de julho de 2026, quando termina o seu mandato, segundo estabelece a Constituição. A investigação, no entanto, pode prosseguir neste período.

O escândalo, porém, pode resultar em um pedido de vacância (destituição) de Boluarte no Congresso, sob a alegação de “incapacidade moral”. Para que isto aconteça, as bancadas de partidos de direita, que têm maioria no Parlamento unicameral e representam a principal base de apoio da presidente, terão que apoiar as bancadas minoritárias de esquerda em uma aliança difícil de ser concretizada.

Mãos limpas

O escândalo dos relógios da marca Rolex explodiu com uma reportagem do programa jornalístico “La Encerrona” exibida há algumas semanas.

A reportagem revelou que Boluarte utilizou vários relógios da marca de luxo em eventos oficiais desde que tomou posse como vice-presidente do governo do ex-presidente Pedro Castillo e ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, em 2021.

O período analisado pelo programa vai até dezembro de 2022, mês em que ela assumiu a presidência.

Após a exibição da reportagem, Boluarte afirmou que era um relógio “antigo”, produto do seu “esforço”, já que trabalha desde os 18 anos. “Entrei no Palácio de Governo com as mãos limpas e sairei com as mãos limpas, como prometi ao povo peruano”.

Com o escândalo, a Controladoria da República anunciou que revisaria novamente as declarações de bens apresentadas por Boluarte nos últimos dois anos em busca de um eventual desequilíbrio patrimonial.

O Ministério Público já investiga Boluarte por supostos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves”, em um processo aberto no ano passado pela morte de mais de 50 cidadãos durante os protestos sociais entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

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