Entenda por que Cuba nada tem a ensinar sobre economia e democracia… só sobre ditadura

Uma das notícias da semana foi a do envio, por parte do governo brasileiro, de 125 toneladas de leite em pó para Cuba, e o concomitante anúncio de que nos próximos dias seguirão para a Ilha outras remessas, agora de arroz, milho e soja.

Desta vez, ao contrário do que aconteceu quando o Brasil enviou 1 bilhão de dólares para as obras do Porto de Mariel, não se procurou dourar a pílula: Está se falando em doação, mesmo.

Como é de se lembrar, com o Porto de Mariel, a conversa inicial era de que se tratava de um empréstimo. Mas avisamos à época: na prática era uma doação, pois um país miserável, que não tem divisas sequer para comprar alimentos, jamais pagaria essa dívida com o Brasil. Desde o governo Dilma até hoje, o Brasil nunca recebeu um tostão do financiamento portuário. Nem os juros. E não vai receber nada: calote total.

Cuba já não esconde, nesse início de ano, que seu povo está passando fome e não tem como comprar alimentos.

A solidariedade entre nações é louvável. Fosse a causa das remessas que o Brasil está fazendo um desastre natural, as aplaudiríamos. Mas não é o caso. É longa a carreira de infortúnios que persegue o povo de Cuba desde que se instalou ali o regime comunista nos moldes soviéticos. O Brasil não está socorrendo o povo cubano. Está fortalecendo a ditadura na ilha, e ao mesmo tempo desassistindo brasileiros para socorrer um governo que não nos diz nada.

Caberia ao governo, por exemplo, prover segurança alimentar dos Yanomami, dos idosos desassistidos, dos filhos de mães solteiras adolescentes no Brasil, e não de cubanos, por mais oprimidos que sejam. Estes melhorariam de vida se a ditadura local fosse mais flexível.

“Mas o embargo americano impede que a Ilha se desenvolva”, dirá o petista. Balela! O embargo americano é apenas uma resposta ao que Cuba, digo, Fidel Castro, roubou de cidadãos americanos quando desapropriou, sem pagar tostão, hotéis, cassinos, fábricas, fazendas etc. que americanos possuíam na Ilha. O embargo é pouco mais que um aviso para que os empresários tenham cuidado com o regime comunista vizinho.

O embargo nunca impediu que URSS, Venezuela e Brasil dessem muito dinheiro a Cuba. Nunca impediu o turismo cubano. Não criou qualquer problema quando Cuba passou a exportar mão de obra escrava por intermédio do Mais Médicos para mais de 60 países. Nem impediu que os Estados Unidos fizessem, eles mesmos, doação humanitária a Cuba em 2022, quando o furacão Ian devastou a Ilha.

E finalmente, não impede que os cubanos refugiados nos EUA mandem dólares para seus parentes em Cuba, dos quais a ditadura se aproveita, pois vive sem divisas estrangeiras. Só para lembrar, embora não se saiba o número exato, mais de 10% da população cubana fugiu da Ilha, com risco de vida — são mais de 1 milhão de exilados.

Os americanos deveriam agir com inteligência e suspender esse embargo, deixando a ditadura sem desculpas para seu longo fracasso.

A história de Cuba (que era um país rico e próspero), desde que se tornou comunista, é uma história de miséria e de mentiras.

A miséria só foi atenuada em alguns períodos, nesses quase 70 anos de ditadura familiar dos Castro (Fidel e Raúl), pelas esmolas que Cuba tem recebido. Quando da Guerra Fria, a União Soviética, por razões geopolíticas, sustentava a ilha com doações maciças de petróleo, que Cuba vendia no chamado mercado spot para obter divisas.

A URSS também auxiliava tecnicamente na produção de açúcar, que caiu cerca de 80% em dez anos, desde que cessou esse auxílio, no início dos anos 1990. Com o esfacelamento da URSS, que sempre viveu com a Rússia explorando os países satélites, não houve mais esmolas para os cubanos. Aliás, a própria Rússia vivia seus dias de penúria.

Em 2000 apareceu a Venezuela e seu chefete Hugo Chávez, e as esmolas internacionais sob a forma de petróleo voltaram. Mas não duraram muito. A Venezuela, próspera quando democracia, viu, como sempre acontece, sua economia também naufragar sob uma ditadura de esquerda, e Cuba, mais uma vez, ficou em maus lençóis.

E assim vai a Ilha tocando sua vida de esmoler: uma ajuda do Brasil com o Porto de Mariel, ou com um contrato de exportação de mão de obra do programa Mais Médicos, uma ajuda dos cubanos que vivem nos EUA, mas nunca se sustentando, e sempre vivendo, sua população, na miséria, enquanto a elite comunista vive no luxo.

Além da falta e da carestia de alimentos (o cubano gasta hoje 70% de seu salário em comida) e da falta de transporte público, Cuba vive hoje uma falta de energia sem precedentes, que preocupa a ditadura, não pelo bem-estar do povo, mas pelo enfraquecimento do poder ditatorial.

Já não se sustentam, a não ser nas estatísticas da ONU elaboradas por técnicos esquerdistas medíocres, mas bem pagos, as afirmações de que Cuba tem educação e saúde de Primeira.

A ilha não se submete a nenhuma avaliação internacional séria que possa medir sua educação.

Seus hospitais estão sucateados, sem medicamentos e sem aparelhos minimamente modernos, e seus médicos têm formação deficiente e ganham mal.

Nessas condições, qualquer aperfeiçoamento soa impossível, por mais inteligente e esforçado que seja o profissional.

O programa de exportação de médicos cubanos, de que o Brasil participou no governo Dilma Rousseff, é uma fraude, e uma fraude particularmente sórdida, pois no fundo é um programa de busca de divisas pela ditadura cubana, às custas da liberdade e da dignidade de profissionais de Saúde.

O ditador Fidel Castro, que era um mestre de marketing, dizia que o programa era um programa de Solidariedade Internacional criado por Cuba para ajudar outras nações.

Grossa mentira, era apenas uma forma de captar divisas de que a Ilha precisava drasticamente para sobreviver, dado os inúmeros fracassos econômicos do regime, a começar pelo naufrágio da produção de açúcar. Cuba, que era o maior exportador mundial de açúcar antes de Fidel, tinha passado a importá-lo quando o ditador agonizava, em 2015.

Cuba envia seus “médicos” (a rigor, pouco mais que enfermeiros) para outros países e esses profissionais ficam com apenas 15 a 20% de seu salário, pois o grosso dele é confiscado pela ditadura. Como aconteceu no Brasil, esses profissionais são contratados ao arrepio da legislação ordinária, que em geral exige a revalidação de diplomas para o exercício da profissão. A experiência mostra, ao menos no caso brasileiro, que nem sequer 10% desses profissionais conseguem revalidar seu diploma.

Uma reportagem da BBC de 2019, intitulada “O mundo secreto dos médicos que Cuba exporta” mostra o calvário desses profissionais. Assinam com o governo cubano um documento que os transforma em mão de obra escrava. Não sabem onde vão servir, pois esses locais são os de conveniência de Cuba ou o do país de destino, em geral locais isolados e muitas vezes violentos (na África ou América Latina).

Os parentes ficam em Cuba, ficando subentendido que são reféns, para evitar deserções. Ao chegar ao país de destino o médico tem seu passaporte retido por um policial que acompanha e vigia os profissionais. Há uma proibição de confraternizar com os locais.

Se somarmos a tudo isso o confisco absurdo dos salários, a conclusão é de que se trata de um moderno comércio de mão de obra escrava entre Cuba e as nações de destino desses pobres profissionais. E ainda existem os que defendem e até invejam o regime cubano. Para qualquer um que não se fanatizou, Cuba nada tem a ensinar de bom a quem quer que seja.

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