Antes de depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, a influenciadora e apresentadora do SBT, Virgínia Fonseca, tinha 53,4 milhões de seguidores no Instagram. Com a repercussão do depoimento, hoje tem 52,8 milhões, uma queda de aproximadamente 600 mil seguidores.
Nos comentários, quem a segue falou sobre os posicionamentos de Virgínia na CPI: “te acompanho desde o começo, mas infelizmente você se perdeu quando a ganância tomou conta”. Outro seguidor disse que ela “enriqueceu às custas dos pobres” em um comentário com 12,3 mil likes.
“Rindo na cara da Justiça, mas uma hora a casa cai, viu, gata?”, comentou ironicamente outro internauta e recebeu 24 mil likes. “Quem defende não sabe nem interpretar o que significa influenciadora”, disse outro.
Durante o depoimento, a influenciadora explicou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos das apostas. Segundo ela, ao divulgar jogos, reforçava que menores de idade são proibidos nas plataformas e que pessoas com tendência ao vício não devem participar.
“Eu sempre deixo claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder”, disse, acrescentando que segue as orientações do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).
Divulgação de ganhos é encenada
Durante a sessão, que apura supostos crimes relacionados às apostas online, Virginia admitiu que vídeos de ganhos em apostas são encenação. Virginia foi questionada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e admitiu que vídeos em que aparece “jogando” foram gravadas em contas fornecidas pelas próprias plataformas, sem uso de dinheiro real.
“Eles mandam o login e a senha. É a conta pra publicidade”, afirmou. “A demo é uma conta demonstração específica para os influenciadores”, continuou.
Negou comissão em cima da perda de usuários
Virginia negou categoricamente que tenha recebido comissões sobre as perdas dos usuários – a chamada “cláusula da desgraça alheia”. Disse que seu contrato com a empresa Esportes da Sorte previa um valor fixo, e que só receberia 30% a mais caso dobrasse os lucros da empresa – o que, segundo ela, nunca aconteceu.
“Meu contrato não tem nada de anormal. Nunca recebi um real a mais do que o valor contratado inicialmente”, afirmou. Ela disse ainda que cláusulas de desempenho semelhantes existem em outros contratos com empresas de segmentos diversos.
A CPI das Apostas, presidida por Jorge Kajuru (PSB-GO), apura suspeitas de que influenciadores digitais estariam recebendo comissões proporcionais às perdas dos apostadores que ingressam nas plataformas por meio de links patrocinados.
A relatora Soraya Thronicke classificou esse modelo como “caixa da desgraça alheia” e afirmou que o tema envolve uma crise de saúde pública, com impactos na saúde mental da população e casos de famílias destruídas por vícios em jogos.
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