Ao menos nove países suspenderam a importação de carne de frango do Brasil desde a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, no Rio Grande do Sul.
China, México, Uruguaia, Argentina, Chile, Coreia do Sul, Canadá, África do Sul e União Europeia suspenderam totalmente a comercialização. Já Emirados Árabes Unidos e Filipinas, suspenderam a importação da carne de frango apenas da região afetada.
Maior exportador de carne de frango do mundo, com mais de 5 milhões de toneladas do produto em 2024, o Brasil registrou focos de gripe aviária em ovos fornecidos por um estabelecimento avícola. Os produtos estão no Paraná, Minas e Rio Grande do Sul.
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O governo confirmou o diagnóstico de gripe aviária em uma granja de Montenegro. Em nota, informou que a doença “não é transmitida pelo consumo de carne de aves, nem de ovos”.
Medidas de contingenciamento
O Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou um raio de vistoria num raio de 10km onde se declarou emergência devido aos casos suspeitos de gripe aviária. Neste domingo, o Mapa havia vistoriado as 30 propriedades rurais da região. Já na área de vigilância de 7km a partir do raio de 3km, foram vistoriadas 238 das 510 propriedades.
Durante as vistorias, apenas uma investigação de suspeita foi aberta e em propriedade de subsistência, o que recebe atenção da Defesa Agropecuária, mas não possui impacto no comércio internacional, nem na segurança dos alimentos inspecionados.
As amostras coletadas serão processas nesta segunda-feira, 19, com previsão de resultado preliminar no final do dia.
Na propriedade já ocorreu o descarte de todas as aves e de seus ovos e está sendo realizada a limpeza e desinfecção de todas as instalações.
Das 7 barreiras de bloqueio de trânsito de animais, 5 já estão instaladas e das 6 barreiras de desinfecção 4 também estão em funcionamento, com conclusão para esta segunda-feira.
Os ovos provenientes da propriedade com foco foram completamente rastreados e a destruição destes está em andamento, para que então se inicie o processo de limpeza e desinfecção dos 3 incubatórios.
Além disso, há investigação em curso em uma propriedade no município de Aguinarnópolis (TO). A análise preliminar das amostras coletadas revelou a presença de Influenza A, com baixa probabilidade de se tratar de amostra de alta patogenicidade, tendo em vista as características epidemiológicas, laboratoriais e clínicas observadas na investigação. A investigação laboratorial está em curso e as medidas de controle de trânsito adotadas, com manutenção da situação sob controle e vigilância adequados.
O Mapa esclarece ainda que investigações de suspeitas são rotina na atividade da Defesa Agropecuária, e que em casos onde emergências são declaradas o sistema fica sensibilizado e o número de investigações tende a aumentar em um primeiro momento, o que reforça a robustez do sistema de Defesa Agropecuária do Brasil, que atende e trata todas as investigações com eficiência e transparência.
Sem casos, Goiás decreta emergência preventiva
De forma preventiva, o Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), publicou neste sábado, 17, o decreto n° 10.693 de situação de emergência zoossanitária no estado de Goiás para mitigação de risco da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
A decisão da Agrodefesa acompanha diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que prorrogou por 180 dias, por meio da Portaria nº 784/2025, a vigência da emergência zoossanitária nacional declarada em 2023. O foco é ampliar o trabalho preventivo, já que o próprio Mapa confirmou na última quinta-feira (15/5) a detecção do vírus da influenza aviária em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A publicação do novo decreto em Goiás, que tem validade de 180 dias, busca alinhar o Estado às medidas já adotadas em nível federal, garantindo agilidade na mobilização de recursos e na implementação de ações imediatas em caso de eventual foco da doença no território goiano. O decreto permitirá o reforço da coordenação entre instituições públicas e privadas, ampliando a eficácia das medidas de biossegurança e controle sanitário. “Essa é uma medida estratégica e necessária. Goiás tem um papel relevante na avicultura nacional e precisamos proteger nossos plantéis e nossa economia com ações rápidas e coordenadas”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
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