Amauri Ribeiro e o desserviço diário: deputado se envolve em nova polêmica

O deputado estadual Amauri Ribeiro (UB) voltou a protagonizar momentos de tumulto e agressões verbais na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), atrasando novamente os trabalhos da Casa. O episódio mais recente ocorreu nesta quarta-feira, 21, após o parlamentar atacar publicamente a deputada Bia de Lima (PT), em decorrência de uma entrevista que ela concedeu a uma emissora de rádio. A deputada compartilhou que gostava de se relacionar com homens mais novos.

Durante a sessão plenária, Amauri classificou a fala do parlamentar como “desrespeitosa” e utilizou termos como “papa-anjo” e “pedófila”, alegando que a expressão “novinhos” seria usada por criminosos. “Se referir a crianças como ‘novinhos’. Papa-anjo é o termo usado por pedófilos. A senhora citou que gosta de novinhos. Acho um desrespeito”, declarou, em tom ofensivo.

Criminosa, no entanto, é a postura de Amauri. Grave é o crime de calúnia, que significa imputar falsamente a alguém a prática de um ato criminoso. Por que ele nunca se pronunciou sobre um certo outro deputado, que de fato, é investigado por pedofilia? Porque eles são “tchuchuca com outros homens, mas vão pra cima das mulheres como tigrões”, como bem exemplificou Soraya Thronicke em debate com Bolsonaro.

O deputado é uma espécie de Chico Bento sem carisma. Ele reforça o estereótipico do roceiro incivilizado. Além de tudo, ainda terminou os ataques com “tá dado o recado”, bordão que utitiza em sua persona política. Alvo da 15ª fase da Operação Lesa Pátria, o deputado bolsonarista chegou a dizer no plenário que deveria estar preso por ter ajudado bolsonaristas acampados. “Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acompanhei lá e também fiquei na porta porque sou patriota”, disse o deputado em junho de 2023.

Bia de Lima já foi alvo de várias agressões do “chapeludo”, como é conhecido o parlamentar em questão.

Após os ataques desta quarta, Bia solicitou a presidência dos trabalhos que o deputado fosse enquadrado por quebra de decoro. No entanto, Amauri Ribeiro manteve o comportamento agressivo e voltou a atacar verbalmente um colega, forçando o presidente da sessão, deputado Clécio Alves (Republicanos), a encerrar os trabalhos, gerando novo atraso na pauta legislativa.

A deputada então assumiu a presidência de Alego para pedir providências ao presidente Bruno Peixoto (UB). No local, foi novamente cercada por Amauri, que voltou a proferir ofensas. Diante da insistência do parlamentar, Bia optou por deixar a sala. Logo depois, o deputado Mauro Rubem (PT) chegou ao gabinete e apresentou novo episódio de descontrole: Amauri passou a gritar palavrões e chegou a ameaçar de agressão física.

A situação só foi contida com uma intervenção de segurança da Casa, do próprio presidente Bruno Peixoto e do deputado Gustavo Sebba (PSDB).

Em agosto de 2021, Amauri Ribeiro fez um discurso em tom intimidador contra a então vereadora Luciula do Recanto (PSD-GO), de Goiânia. “Eu fico puto quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, igual a essa vereadora de Goiânia que se diz protetora de animais. Arrebenta o portão da casa de um cidadão, sem mandado, sem ordem judicial, porque ela também não é polícia, nem com ordem ela poderia, e invadir uma casa. Para mim, merecia um tiro na cara.” A Câmara Municipal de Goiânia repudiou a fala do deputado estadual na época.

Parlamentares classificaram o comportamento de Amauri Ribeiro como incompatível com o decoro parlamentar. O episódio reacende o debate sobre a necessidade de medidas mais firmes para coibir excessos e preservar a integridade da Assembleia, cuja imagem pública é desgastada por episódios como este.

O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, já se manifestou no sentido de que a imunidade parlamentar não é absoluta e não abrange a violação de normas protetivas específicas, como aquelas que defendem a integridade física e a dignidade das mulheres. Quem disse isso foi o procurador regional eleitoral Marcello Santiago Wolff quando o MPE recebeu uma denúncia contra Amauri Ribeiro por violência política de gênero.

Amauri também já respondeu a processo na Justiça Federal em Goiás por racismo na modalidade homofobia.

Comportamentos de políticos como Amauri e Gayer apequenam a política goiana. Os deputados são bancados pela população, a mesma que menosprezam diariamente, ofendem e nada por ela fazem.

Deputados criminosos, já que são blindados pelo foro privilegiado, devem ser cassados, e em seguida, presos.

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