Defesa diz que ‘falsa nutróloga’ tinha permissão para exercer a medicina; polícia mantém argumentos para prisão

A defesa da médica Bianca Borges Butterby, presa na última terça-feira, 20, suspeita de se passar por nutróloga e aplicar medicamentos para emagrecimento em pacientes sem autorização legal afirma que a mulher estava “regularmente inscrita no Cremego e foi presa de forma arbitrária e injustificada”. O delegado Humberto Teófilo, por sua vez, afirma que a prisão foi legal.

Em nota assinada pelo advogado Darô Fernandes, a defesa disse que “segundo nota oficial divulgada pelo Cremego, não há comprovação de exercício ilegal da medicina nem de divulgação indevida de especialidade médica” e “ainda que houvesse eventual infração ética, sua apuração seria de competência exclusiva do Conselho, jamais ensejando prisão”.

Em audiência de custódia, a Justiça determinou a soltura de Bianca mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 250 mil e uso de tornozeleira eletrônica. A defesa afirmou que irá recorrer da fiança.

Ao Jornal Opção, o delegado Humberto Teófilo, responsável pelo caso, afirmou que o poder Judiciário confirmou a legalidade da prisão. “O Cremego não tem nenhum poder de interferência sobre a conduta do delegado de polícia, que é quem tipifica o exercício ilegal da medicina. Quando a médica excedeu sua função de clínica geral para se passar por nutróloga ela cometeu exercício ilegal da profissão, que é um dos crimes pela qual ela foi presa”, disse.

Prisão

De acordo com a Polícia Civil, Bianca era especializada em clínica geral, mas se passava por nutróloga e endocrinologista. O delegado afirmou que a médica não tinha especialização nas áreas, e que sua clínica operava sem alvará da Vigilância Sanitária. Além disso, ela tinha uma academia “clandestina”, que foi interditada.

A polícia afirma que a mulher vendia “pacotes de emagrecimento rápido” de quase R$ 6 mil e aplicava Mounjaro. Apesar de ser aprovado pela Anvisa apenas para tratamento do diabetes tipo 2, o medicamento vem sendo importado e utilizado para tratar casos de obesidade, mesmo sem indicação no Brasil.

“Ela fazia aplicação com princípio ativo do Mounjaro e afirmou que tinha autorização para isso. (…) Os pacientes foram até a clínica e pensavam que estavam sendo atendidos por uma nutróloga, mas ela não tinha especialização para fazer esses tipos de procedimento”, disse o delegado.

Durante a operação, ainda segundo o delegado, além de documentos que comprovam o exercício ilegal da profissão, foram encontrados diversos medicamentos comprados em nome da profissional de forma irregular foram encontrados em sua clínica.

Bianca foi presa por exercício ilegal da profissão e propaganda enganosa. Em audiência de custódia, a Justiça determinou a soltura de Bianca mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 250 mil e uso de tornozeleira eletrônica. A defesa afirmou que irá recorrer.

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