Quem conhece Nasr Fayad Chaul sabe: é um intelectual dos mais raros. Porque, sendo notável historiador (doutor pela USP e professor aposentado da UFG), não fica preso à sua área de pesquisa. Aprecia literatura (e, mesmo como historiador, escreve como escritor, na linha, em termos estéticos, de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda). Conhece bem, para citar um exemplo, a poesia do americano Walt Whitman. Sabe tudo de música, pois é um letrista de primeira linha.
Chaul não é um letrista comum. É da estirpe de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Milton Nascimento. Qual? A dos letristas que são poetas. Profunda e densamente poetas. Deveria ser estudado por Luís Augusto Fischer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que, ao contrário de outros acadêmicos, tem assinalado que várias músicas são poemas ricamente construídos.
Não há a menor dúvida de que Fernando Perillo, com sua voz delicada e precisa, é um grande cantor. Mas ficou ainda maior depois que musicou letras de Chaul. A parceria entre os dois resultou em músicas fabulosas (leia mais sobre o assunto no Jornal Opção: https://tinyurl.com/3rnr34aa).
Para coroar tantos anos de criatividade artística, Chaul lança na sexta-feira, 23, o livro “O Letrista” no auditório do Tribunal Regional Eleitoral, na Praça Cívica, Centro de Goiânia. Um livro, desde já, imperdível para aqueles que apreciam letras de alta qualidade.
Quem comparecer vai ganhar, como “brinde”, apresentações musicais de Fernando Perillo, Écio Duarte, Gustavo Veiga, Valter Mustafé e Marcello Barra. Ou seja, a nata da música brasileira feita em Goiás.
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