Uma disputa pública entre dois antigos aliados, o bilionário Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desencadeou efeitos no mercado financeiro global. A Tesla, montadora de veículos elétricos comandada por Musk, despencou na bolsa e viu seu valor de mercado recuar drasticamente. Somente em 2025, as ações da companhia acumulam queda de 29,3%, o que resultou na perda de US$ 379 bilhões.
Até o dia 5 de junho, a capitalização da empresa caiu de US$ 1,3 trilhão para US$ 917 bilhões, derrubando a Tesla da oitava para a décima posição entre as maiores empresas do mundo, segundo levantamento da Reuters.
Além do enfraquecimento da demanda por veículos elétricos, a Tesla tem enfrentado turbulências causadas por declarações políticas controversas de Musk e, sobretudo, pelas ameaças de Trump. O presidente dos EUA declarou que pode cortar contratos do governo com empresas ligadas ao empresário.
A tensão se agravou após Musk criticar um projeto de lei proposto por Trump que envolve aumento de impostos e elevação nos gastos com defesa. “Estou muito desapontado com Elon”, afirmou o líder norte-americano à jornalistas na Casa Branca.
A relação entre os dois, que já foi marcada por trocas de elogios e apoio mútuo, agora se desgastou a ponto de influenciar diretamente os negócios do bilionário. O impacto da briga atingiu em cheio a confiança dos investidores. A volatilidade gerada pela troca de farpas e ameaças políticas acentuou a já delicada situação da Tesla, que vinha enfrentando um cenário de retração no setor automotivo e forte concorrência global.
Enquanto a Tesla perde tração no mercado, outras gigantes da tecnologia também enfrentam dificuldades em 2025. A Apple, que iniciou o ano como a empresa mais valiosa do mundo, viu seu valor de mercado encolher 20,4% no mesmo período, resultando em uma perda de US$ 767 bilhões.
A companhia, fundada por Steve Jobs, teve sua capitalização reduzida de US$ 3,76 trilhões para US$ 2,99 trilhões. Entre os principais motivos estão a queda na demanda por produtos na China, as ameaças de tarifas comerciais por parte de Trump e o ritmo lento de inovação em inteligência artificial. Como consequência, a Apple foi superada e agora ocupa a terceira posição no ranking global.
Em contrapartida, a Microsoft se destacou positivamente no mesmo período. A gigante fundada por Bill Gates e atualmente liderada por Satya Nadella registrou crescimento de 8% em sua capitalização de mercado, somando US$ 200 bilhões. Com isso, a Microsoft atingiu o valor de US$ 2,68 trilhões e assumiu a liderança entre as empresas mais valiosas do mundo até o início de junho.
O desempenho superior da Microsoft se deve, sobretudo, ao avanço acelerado no campo da inteligência artificial. Soluções como o Microsoft 365 Copilot e a parceria com a OpenAI fortaleceram a confiança do mercado e impulsionaram o crescimento da empresa em meio à retração de concorrentes.
Outras companhias também tiveram desempenhos positivos ou negativos ao longo dos primeiros meses de 2025. A Saudi Arabian Oil Co., conhecida como Aramco, obteve um crescimento de 4%, que representou um acréscimo de US$ 100 bilhões em seu valor de mercado. Com isso, a estatal saudita alcançou a marca de US$ 2,57 trilhões.
Por outro lado, a Alphabet, controladora do Google, não escapou das perdas. A empresa sofreu uma queda de 11,4%, resultando em uma perda de US$ 160 bilhões em seu valor de mercado, que passou a ser de US$ 1,25 trilhão até o início de junho.
Leia também:
Haddad recua em alíquotas de OF; apostas e fim de isenções devem compensar arrecadação
CNJ define regras para busca e apreensão extrajudicial: cláusula expressa e notificação prévia
O post Tesla perde US$ 379 bilhões em 2025 após crise de Musk e Trump apareceu primeiro em Jornal Opção.