Aparecida já pagou 69% das dívidas da gestão passada, mostra Leandro Vilela em prestação de contas

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), prestou contas do primeiro quadrimestre de 2025 aos vereadores da Câmara Municipal de Aparecida. A prestação, feita sem a necessidade de uma convocação, foi marcada por exposição de investimentos feitos pela administração e a diminuição da dívida com pagamentos e negociações dos atrasos.

Em coletiva com os jornalistas, o prefeito afirmou que os primeiros meses da gestão foram de muitas “dificuldades financeiras” com as dívidas herdadas da gestão passada no valor inicial de R$ 487 milhões, e com uma receita corrente líquida (RCL) de R$ 2,19 bi, representando cerca de um quinto do orçamento municipal. O valor que ainda não foi pago é de R$ 154 milhões — ou seja, 31% do montante inicial.

Enquanto isso, a receita gerada pelo município ficou em apenas R$ 728,3 milhões, um crescimento inferior a 1% do mesmo periodo do ano de 2024. Apesar deste cenário de dificuldades, afirma que foram feitos esforços para “requalificar o município”, como as reformas e construções de duas unidades de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s). 

“A situação fiscal é muito complicada e esse é o maior problema que nós temos que nos impedir de avançar em algumas áreas para solicitação de contratação de empréstimos para antecipar os investimentos para o desenvolvimento da cidade”, afirmou.

Problemas este que, segundo o gestor, impediram a administração de celebrar empréstimos com o Banco do Brics, chamado de Novo Banco do Desenvolvimento (NDB) anunciado no fim da gestão do ex-prefeito Vilmar Mariano (UB) no valor de USD$ 120 milhões para o município pela falta da capacidade de pagamento dos empréstimos (Capag). A Capag é um dos certificados que possibilita uma administração pública a fazer a tomada de crédito com a capacidade do pagamento dos empréstimos, sem a nota, a administração fica debilitada na busca de investimentos.  

“A situação fiscal do município de Aparecida não tem nota CAPAG. Não é que foi rebaixado. Ela está sem a nota CAPAG. E isso tudo nós estamos trabalhando para fazer a recuperação da situação fiscal do município”

Dívidas milionárias continuam

Enquanto isso, a prefeitura ainda acumula R$ 178 milhões de despesas para o abatimento do valor inicial, outros R$ 155 milhões estão em negociações, com acertos já firmados, como: R$ 22 milhões do Aparecida Prev, R$ 30 milhões do Hospital Municipal de Aparecida (HMAP), R$ 26 milhões da Rede Metropolitana de Transportes Públicos (RMTC) e mais R$ 15 milhões em acertos de contas.

Parte destes empenhos vieram através de um corte de gastos classificados como “profundos” pelo gestor para a retomada dos investimentos.

Despesas constitucionais

Enquanto isso, as despesas dos primeiros meses da gestão Vilela foram 10% abaixo do registrado no mesmo período de 2024, mas com um aumento no encargos com Pessoal devido o incremento da data-base de 4,5%. 

Por outro lado, os pagamentos referentes às áreas da Saúde e da Educação públicas foram acima do piso constitucional, com o índice de para a Educação de 26,19%, com a aplicação no primeiro quadrimestre no valor de R$ 105 milhões da prefeitura. Na mesma medida, o índice na área da Saúde foi de 17,62%, com aplicação de R$ 71 milhões.

Orçamento engessado

Além destes gastos, Vilela conta que o orçamento conta com 40% comprometido na folha de pagamentos dos funcionários e contratos celebrados com a administração. Junto com a manutenção da cidade, como a zeladoria pública, o gestor detalha que sobra pouco do Tesouro para investimentos de longo prazo. 

Mesmo assim, conta que a administração trabalha para a retomada do município, ao passo que lança recuperação asfáltica de diversas vias da cidade, como a rua Geraldo Padeiro do Setor Santa Luzia e a rua Padre Marcelino no Parque Lafaiete. Além disso, relata esforços como o retorno de duas obras dos CMEI’s que estavam paralisadas desde a gestão passada, mais a modernização e digitalização completa da prefeitura de Aparecida. 

Legislativo “parceiro”

Durante a coletiva, o presidente da câmara, Gilsão Meu Povo (MDB), afirmou que o Legislativo aparecidense continua como “parceira do prefeito, em todas as situações no momento que ele encontrou a cidade, mas a Câmara e os 25 vereadores sempre ao lado, sempre otimistas para ter uma cidade cada vez melhor.”

Apesar disso, o debate entre o prefeito e os vereadores foi marcado por demandas, como o embargo do Aterro Sanitário pelo Ministério Público que deve aumentar custos da limpeza pública, como afirmou o vereador Felipe Côrtes (PL). Como revelou o Jornal Opção, a prefeitura deve buscar novas parcerias privadas para enviar os resíduos sólidos e orgânicos da cidade e já está em tratativas.

Leandro Vilela em entrevista coletiva na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia | Foto: Rodrigo Estrela

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