As redes sociais se engajaram de forma crítica com o midiático depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10. Segundo levantamento da Arquimedes (empresa que monitora redes e comportamento online), no X (antigo Twitter), 65% das menções ao inquérito foram negativas para Bolsonaro.
Apoiadores do ex-presidente de emplacar a narrativa de Bolsonaro estaria sendo perseguido politicamente, mas apenas 14% das menções foram em defesa do político. Cerca de 21% das menções foram neutras, como recortes de trechos da oitiva e memes. A maior parte das 350 mil menções a Bolsonaro foi irônica, segundo a Arquimedes. O momento mais compartilhado foi o pedido de desculpas de Bolsonaro ao ministro-relator Alexandre de Moraes por declaração do dia 5 de julho de 2022.
Naquela data, Bolsonaro afirmou em reunião ministerial que Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso teriam recebido propina para defender a segurança das urnas eletrônicas e fraudar as eleições. Em depoimento da terça-feira, pediu desculpas: “Não tenho indício nenhum, senhor ministro. Era uma reunião para não ser gravada, foi um desabafo, uma retórica que usei. Então, me desculpe. Não tive intenção de acusar de desvio de conduta os três ministros”.
Em entrevista ao Globo, o pesquisador Pedro Bruzzi, da consultoria Arquimedes, disse que o tom adotado por Bolsonaro desmobilizou sua base de apoiadores. Em determinados momentos, o ex-presidente chamou de “malucos” os organizadores ataques de 8 de janeiro, o que, para o pesquisador, desagradou aqueles dispostos a defender Bolsonaro.
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