Projeto que prevê aposentadoria especial para mães de filhos atípicos avança na Câmara

Projeto de Lei (PL) que prevê uma previdência especial para mães com filhos atípicos avança na primeira comissão temática da Câmara dos Deputados. O PL do deputado federal por Goiás, Glaustin da Fokus (Podemos), prevê uma contribuição à previdência especial de apenas 5% do salário mínimo para mães com filhos atípicos, ao contrário de 20% do salário mínimo — ou seja, contribuição de apenas R$ 75, ao contrário de R$ 300. Atualmente, a mesma alíquota é usada para os segurados da previdência social inscritos no Simples Nacional, o regime dos Microempreendedores Individuais (MEI). 

No último dia 19 de maio, o PL foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) com um relatório positivo para o texto, e ficou represado no colegiado por cinco sessões para a apresentação de emendas. Com o fim da quarentena nesta última terça-feira, 10, a proposta deve seguir para a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.

Segundo a matéria legislativa, o projeto deve utilizar da Lei nº 8.212, de 1991, do Plano de Custeio da Seguridade Social, para contemplar as mulheres que deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. Caso seja aprovada, a medida deve incidir sobre mães de pessoas com deficiência física, autistas, deficiência intelectual, síndrome de down, entre outras síndromes raras.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui ao menos 18 milhões de pessoas com deficiências, representando cerca de 8% da população nacional.  Para o parlamentar, as mães dessas crianças sofrem com o “abandono previdenciário”, em que ficam desprotegidas na idade avançada pela falta de renda formal devido ao cuidado integral dos filhos. “Essa é uma triste realidade de famílias atípicas, principalmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social. E não podemos deixar que essas mulheres que dedicam a vida aos cuidados sejam abandonadas pelo Estado após uma vida de lutas”, reforçou Glaustin. 

Para a ativista, advogada e mãe atípica, Larissa Lafaiete, devido ao cuidado integral, algumas famílias atípicas dependem do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que hoje está no valor de um salário mínimo, ou seja R$ 1.518,00. 

Larissa Lafaiete e Glaustin da Fokus | Foto: Reprodução

Questionado sobre a motivação e início da luta na causa, Glaustin disse que sempre incentivou a participação de mães atípicas, pois elas vivenciam essa realidade diariamente. “Conheci uma delas no plenário e seu filho, ao caminhar, cantou uma música da minha campanha em 2018. Esses momentos reforçam que não estamos lidando apenas com números, mas com vidas”, explicou o deputado. A conhecida em 2018 é Larissa Lafaiete, mãe de uma criança autista e integrante da equipe do parlamentar.

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