O Pantanal voltou a oferecer ao mundo um espetáculo da natureza. Desta vez, o protagonista foi um ataque raro de onça-pintada a um jacaré, flagrado pelo biólogo e guia de turismo Marcos Ardevino no Parque Estadual Encontro das Águas, entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, no Mato Grosso. O registro revela a precisão do ataque do maior felino das Américas em seu habitat natural — um momento que, segundo especialistas, é tão raro quanto impressionante.
Nas imagens, a onça-pintada conhecida como “Medrosa” aparece no alto de uma árvore. Em silêncio absoluto, observa o ambiente com atenção, até notar a aproximação lenta de um jacaré nas águas do rio logo abaixo. Então, sem hesitação, salta do galho e mergulha diretamente sobre o réptil. A sequência, capturada com nitidez, mostra os dois animais em confronto dentro d’água. Apesar da habilidade e força da onça, o jacaré consegue escapar da emboscada. Ainda assim, o momento deixa clara a potência da estratégia de caça felina.
De acordo com Ardevino, que atua há mais de 11 anos conduzindo grupos pelo Pantanal, a ação começou de forma inesperada. Ele e um grupo de turistas observavam a Medrosa repousando sobre a árvore. Depois de algum tempo, perceberam a aproximação do jacaré e imediatamente se prepararam para o que poderia acontecer. “Nossa, foi incrível ver essa cena, ainda mais assim tão de perto. Essa é a segunda vez que presencio algo assim. O Parque Encontro das Águas é um verdadeiro berçário das onças”, contou o biólogo ao G1.
Parque Estadual Encontro das Águas
O Parque Estadual Encontro das Águas é um dos santuários mais importantes para a conservação da onça-pintada no mundo. Ele está situado na confluência dos rios Cuiabá e Piquiri, na região de Porto Jofre, e abrange uma área de 108 mil hectares. A reserva abriga a maior concentração de onças-pintadas do planeta e, por isso, tornou-se um destino consagrado para observadores da vida selvagem e pesquisadores.
Durante a seca, que se estende de julho até o fim de setembro, o número de avistamentos de onças aumenta. Isso ocorre porque, com a redução dos níveis de água, os animais se deslocam para as margens dos rios em busca de alimento e hidratação. Portanto, é nesse período que guias como Marcos conseguem proporcionar aos visitantes experiências únicas e, por vezes, cenas como a registrada no vídeo.
Entretanto, o turismo na região não se resume ao espetáculo visual. Além dos passeios de barco, os turistas contribuem ativamente para o monitoramento dos felinos. Fotos e vídeos feitos durante as expedições ajudam pesquisadores a acompanhar os movimentos e comportamentos das onças ao longo dos anos. Além disso, muitas dessas imagens acabam compondo bancos de dados usados em estudos acadêmicos e ações de conservação ambiental.
“Medrosa”
A onça-pintada Medrosa é uma das mais conhecidas do parque. Recebeu esse nome por ser mais arredia em relação a outros exemplares, mas ao longo dos anos passou a ser mais tolerante à presença dos barcos. Ainda assim, o comportamento predatório do felino permanece intacto.
Como mostram as imagens, o instinto de caça é aguçado e adaptado às condições do ambiente. Mergulhos silenciosos, ataques precisos e a força de suas mandíbulas fazem dela uma predadora formidável — mesmo quando a presa, como no caso do jacaré, consegue escapar.
Episódios como esse reforçam o valor da preservação ambiental e da observação respeitosa da vida selvagem. Por fim, cenas como a protagonizada por Medrosa ajudam a aproximar o público urbano da complexidade e da beleza dos ecossistemas brasileiros.
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