Porangatu: Rafael do Charque e Iris Nunes se filiam ao PL e Márcio Luís volta ao MDB

No momento, mesmo com operação da Polícia Federal e tudo mais, a prefeita de Porangatu, Vanuza Valadares, do União Brasil, é a favorita na disputa da reeleição.

Há dois motivos para o favoritismo de Vanuza Valadares. Primeiro, sua gestão melhorou e há o que mostrar para os eleitores. Segundo, as oposições não conseguiram, até agora, apresentar um pré-candidato.

Mas, na semana passada, houve movimentações políticas na cidade. O pecuarista Iris “Amiguinho” Nunes e o empresário Rafael do Charque filiaram-se ao PL.

Há algum tempo, Iris Nunes chegou a se apresentar como pré-candidato. Mas, sob pressão de denúncias supostamente articuladas pelo grupo de Eronildo Valadares — tido como a verdadeira eminência parda da prefeitura —, recuou.

Rafael do Charque, cuja empresa é uma das maiores empregadoras do município, é um nome considerado consistente. Por causa de sua capacidade como gestor. Mas ele não definiu seu projeto real. O fato de ter trocado do Podemos pelo PL sugere que está no jogo — tanto para disputar a prefeitura quanto para ser vice.

O empresário e advogado Márcio Luís da Silva voltou ao MDB, pelas mãos do vice-governador Daniel Vilela, seu principal aliado. O meio político avalia que Márcio Luís, que foi bem votado em 2020 — perdendo para Vanuza Valadares por uma diferença de menos de 50 votos —, pode estar sendo mantido como uma espécie de reserva técnica da base governista.

No caso de uma nova operação da Polícia Federal em Porangatu — com a possibilidade de prisões (ou ao menos de prisão, supostamente de um parente bem próximo de Vanuza Valadares) —, é evidente que a base governista não continuará apoiando a prefeita. As cúpulas do União Brasil e do MDB não comungam com corrupção. Mas é preciso ressaltar que não há, neste momento, evidências contundentes de que Vanuza Valadares esteja envolvida, ela própria, em irregularidades graves.

Aliados de Márcio Luís não o veem com entusiasmo por uma disputa eleitoral. Ao mesmo tempo, não descartam uma possível candidatura do jovem político.

O fator Coronel Polidório

O que as oposições realmente esperam — e acham que está começando a ficar tarde — é a definição do tenente-coronel Polidório, conhecido como Coronel Polidório, como pré-candidato a prefeito (talvez pelo PL).

Se Coronel Polidório se dispuser a ser candidato, Márcio Luís certamente não entrará no jogo. Integrantes das oposições estão inquietas, pois o militar, apontado como uma reserva ética da Polícia Militar de Goiás, está demorando a se apresentar como pré-candidato. Ele teria pedido um prazo maior para se definir.

Se Coronel Polidório, daqui a dois meses, se apresentar e dizer que não será candidato, as oposições ficarão desarticuladas.

Fica-se com a impressão de que as oposições — ao apostarem em prisões na família de Vanuza Valadares — estão cometendo um equívoco. Digamos que não ocorra nenhuma prisão, o que é possível — dada a demora das decisões judiciais no país (a PF só prende se a Justiça Federal autorizar) —, as oposições podem ficar em dificuldade.

Mas as filiações sugerem, mais do que qualquer outra coisa, que as oposições estão no jogo. Agora é esperar a filiação de Coronel Polidório — que não precisa ser, legalmente, agora.

De acordo com uma fonte local, se Polidório não for candidato — recuando por falta de estrutura (se disputar, será por um partido da base do governador Ronaldo Caiado) —, Márcio Luís, ou Rafael do Charque, será candidato a prefeito. (E.F.B.)

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