As direitas estão fortes em Goiânia mas podem se esvaziar na campanha

O senador Vanderlan Cardoso, do PSD, pertence à direita evangélica. No passado, alinhou-se ao bolsonarismo, chegando a circular com o presidente Jair Bolsonaro. No momento, embora não seja petista nem esquerdista, aproximou-se do governo do presidente Lula da Silva, do PT.

O ex-deputado federal e empresário Sandro Mabel, do União Brasil, é de centro-direita, embora não seja envolvido com questiúnculas ideológicas. Trata-se mais de um político de matiz liberal.

O deputado federal Gustavo Gayer, do PL, é, assumida e ideologicamente, de direita. Até de extrema-direita.

Como se dará uma disputa pela Prefeitura de Goiânia com três candidatos da direita e uma da esquerda?

As direitas certamente atacarão a candidata a prefeita da esquerda, a deputada federal Adriana Accorsi. Mas, como querem ir para o segundo turno, os postulantes das direitas também se atacarão. Sob risco de não ir para o segundo turno, ninguém vai tratar o adversário político, ainda que não ideológico, como “amiguinho”. No início, haverá uma certa calmaria. Em seguida, os três postulantes se atacarão. Gustavo Gayer, por exemplo, escolherá como alvo tanto Vanderlan Cardoso quanto Adriana Accorsi.

Mas é preciso ficar atento ao seguinte: Gustavo Gayer retira votos de Sandro Mabel, que retira votos de Vanderlan Cardoso, que retira votos de Sandro Mabel. E Vanderlan Cardoso retira votos de Gustavo Gayer.

Noutras palavras, talvez seja possível falar em “dois” primeiros turnos. Ou seja, a direita terá de lutar entre si, com três candidatos fortes, para forjar um candidato… talvez para enfrentar Adriana Accorsi no segundo turno. Mas há, claro, a possibilidade de dois postulantes das direitas irem para o segundo turno.

É óbvio que ainda não dá para saber quais os candidatos das direitas poderão ir para o segundo turno — se é que dois irão. A tendência, se Adriana Accorsi for puxada para baixo, é que o segundo turno seja disputado por Vanderlan Cardoso (uma pesquisa qualitativa teria sugerido que ele foi “garfado” em 2020) e Sandro Mabel.

Adriana Accorsi, se for para o segundo turno contra Vanderlan Cardoso, não terá o apoio de nenhum grupo de direita. Porém, se o segundo turno for entre Sandro Mabel e Vanderlan Cardoso, a tendência é que Adriana Accorsi apoie o segundo — o que será uma força considerável. Se o segundo turno for entre Sandro Mabel e Adriana Accorsi, com quem ficará Vanderlan Cardoso?

 A lógica política sugere que, dado o alinhamento nacional, Vanderlan Cardoso pode apoiar Adriana Accorsi. Já a lógica ideológica indica que poderá apoiar Sandro Mabel, que, inclusive, seria seu amigo (os dois são empresários). (E.F.B.)

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