O Brasil registrou 1.378 casos de feminicídio em 2023, o número mais alto desde que o crime foi adicionado ao Código Penal brasileiro em 2015. O número é 1,6% maior que em 2022, segundo relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Uma análise de dados realizada pela deputada federal Carol Dartora (PT-PR) revelou que os estados líderes neste ranking são justamente aqueles em que Bolsonaro obteve mais votos do que o presidente Lula, no segundo turno da última eleição.
Para a deputada federal Carol Dartora, não há dúvida sobre a relação entre o aumento da violência contra as mulheres e a ascensão de ideias dos grupos que apoiaram o governo do ex-presidente, como o aumento do número de armas em circulação no país e a manutenção da desigualdade de gênero. Liderando o ranking de feminicídio, está o estado do Mato Grosso do Sul (confira todos ao final).
Mato Grosso do Sul é o Estado onde Bolsonaro obteve uma alta votação e apresenta a maior taxa de feminicídio, enquanto o Ceará, onde o presidente Lula venceu, registra a menor taxa. Enquanto o índice de feminicídio no Ceará é de 0,6 – seis vezes menor que no reduto bolsonarista -, o Mato Grosso do Sul tem uma taxa de 3,5. Outros estados onde Bolsonaro teve uma forte votação, como Rondônia (3,1), Mato Grosso (2,7) e Acre (2,5), também registraram altas taxas de feminicídio. Tocantins, onde Lula saiu vitorioso, ocupa a quinta posição no ranking, com um índice inferior a 2.
Aumento nos casos de feminicídio em Goiás
A incidência de feminicídios no Estado aumentou significativamente, registrando um aumento de 121,4% nos primeiros semestres de 2019 e 2022, passando de 14 para 31 casos. É importante ressaltar, porém, que os dados podem ser subnotificados. Em 2022, segundo o último balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram 55 registros, valor que se repetiu em 2023.
O Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), destacou a importância de punir os agressores de forma mais efetiva. “Se há impunidade, se não há punição, tira a celeridade e perde o efeito. Ou seja, a pessoa vai ser violentada e não vai ter uma decisão. Nós conseguimos baixar todos os índices de criminalidade, mas infelizmente o feminicídio ainda manteve o mesmo patamar e não conseguimos jogar ele abaixo do que nós queremos, mas isso é porque tem havido uma omissão em denunciar os agressores”, disse Caiado ao lançar o Goiás Social Mulher no mês passado.
Ele destacou ainda a importância de decisões rápidas por parte do poder judiciário para que haja a implantação da tornozeleira e a mulher tenha acesso ao botão de pânico. Ronaldo Caiado destacou que busca mais do que nunca uma ação conjunta de resultados, junto a todos os poderes e todos os segmentos responsáveis.
Taxa de feminicídio por estado
- Mato Grosso do Sul: 3,5
- Rondônia: 3,1
- Mato Grosso: 2,7
- Acre: 2,5
- Tocantins: 1,9
- Rio Grande do Sul: 1,8
- Alagoas: 1,8
- Maranhão: 1,8
- Amapá: 1,8
- Sergipe: 1,6
- Minas Gerais: 1,6
- Espírito Santo: 1,5
- Pernambuco: 1,5
- Goiás: 1,5
- Santa Catarina: 1,5
- Bahia: 1,4
- Piauí: 1,4
- Paraná: 1,3
- Brasil: 1,3
- Pará: 1,2
- Paraíba: 1,2
- Distrito Federal: 1,2
- Roraima: 1
- Amazonas: 1
- Rio Grande do Norte: 0,9
- Rio de Janeiro: 0,9
- São Paulo: 0,8
- Ceará: 0,6
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