Com articulação de pré-candidatos em andamento, cenário para acerto de vices segue incerto em Goiânia

A corrida eleitoral em Goiânia tem apresentado cenários distintos. Enquanto os nomes dos pré-candidatos já são conhecidos há algum tempo, ainda que pela base caidista tenha tido a troca de Jânio Darrot por Sandro Mabel, os vices parecem ainda não ter uma definição.

No momento, os pré-candidatos a prefeito de Goiânia são o atual Chefe do Executivo da capital, Rogério Cruz (SD), o senador Vanderlan Cardoso (PSD), os deputados federais Adriana Accorsi (PT) e Gustavo Gayer (PL), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (UB), o jornalista Matheus Ribeiro (PSDB) e o empresário Leonardo Rizzo (Novo).

O Jornal Opção apurou como estão as articulações de cada um dos pré-candidatos. Segundo pessoas ligadas ao prefeito Rogério Cruz, a questão ainda não está sendo discutida. A coordenação acredita que a escolha ainda é uma agenda posterior.

Pelo lado de Vanderlan Cardoso, líderes do partidos afirmam que traçar um perfil não é prioridade ou motivo de preocupação para o PSD. A chapa disse que prioriza apenas que o vice seja uma pessoa ativa dentro da gestão, e não apenas um mero figurante.

Sobre outros partidos, a liderança garante que as conversas estão ocorrendo, mas que o PSD não tem essa urgência ou necessidade de fazer chapas grandes. Conforme apurado, a sigla considera, inclusive, até compor uma chapa pura, sem grandes coligações.

“A prioridade é ter um grupo que realmente tem interesse em gerir a cidade, fazer gestão e resolver esses problemas. O pensamento é que, se tiver um grupo muito grande, isso pode atrapalhar. Mas, o diálogo está acontecendo. Temos alguns dias até a convenção para definir essa questão de coligação. Se for preciso, é chapa pura e bola para frente”, disse a fonte.

PT mais à direita

Já na chapa de Adriana Accorsi, o cotado para ser vice da pré-candidata “vai surpreender”, segundo disse a deputada estadual, Bia de Lima (PT). Apesar disso, a parlamentar evitou citá-lo ou ainda mencionar partidos.

“São possibilidades que vocês ficarão surpresos. Vai ter surpresa no cenário. Nós do PT estamos buscando ampliar, queremos um nome que possa ampliar, inclusive ampliar para o centro, mais à direita. Achamos que é fundamental para garantir a vitória”, afirmou.

Ainda de acordo com Bia de Lima, a ideia é chegar forte não apenas no primeiro turno, mas também no segundo para almejar a vitória nas eleições. Para isso, a deputada traçou um perfil.

“Não queremos só ganhar no primeiro turno e perder no segundo. Para ganhar no segundo turno, já precisa ter essa visão de ampliação. Então o nosso futuro vice-prefeito, nós pensamos que tem que ser dentro do setor produtivo, que possa ampliar inclusive com o pessoal do segmento religioso. Nós já estamos trabalhando em termos de partidos, porque às vezes você tem uma figura, mas não está filiado a algum partido”, continuou.

Bolsonarismo

A reportagem tentou contato com o pré-candidato Gustavo Gayer sobre a questão, mas não obteve retorno. Anteriormente, uma fonte ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia dito que o parlamentar retiraria seu nome da disputa para focar em Brasília.

Entretanto, membros do partido negam e seguem bancando Gayer. Caso ele desista, o deputado estadual Delegado Eduardo Prado e o ex-parlamentar Major Vitor Hugo já demonstraram interesse na candidatura, o que levaria a definição para as convenções.

Outra informação que circula, dada pela fonte bolsonarista, é que o ex-presidente pode apoiar Mabel e o PL indicar o vice para a chapa do presidente da Fieg. Mais uma vez as personalidades da sigla não confirmam.

Por falar em Sandro Mabel, o empresário talvez seja o pré-candidato que mais abordou publicamente a questão do vice. Anteriormente, ele já havia dito que gostaria de compor a chapa com uma mulher evangélica.

Dentro desse perfil especulou-se vários nomes, sendo um deles o da ex-primeira-dama de Aparecida de Goiânia, Mayara Mendanha. Aliás, a esposa de Gustavo Mendanha até se filiou ao PL e ainda mudou seu domicílio eleitoral para Goiânia.

Além dela, nomes como Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito Iris Rezende, Major Vitor Hugo, e até o ex-presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Paulo Ortegal (MDB).

A condição para Vitor Hugo ser o vice seria que ele fosse o escolhido como candidato a senador na chapa do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que será candidato a governador, e de Gracinha Caiado (UB), que será candidata a senadora.

Tucanos

O pré-candidato Matheus Ribeiro disse ao Jornal Opção que o PSDB está muito disposto a fazer uma aliança programática. Segundo ele, a experiência com Rogério Cruz mostrou que vice tem que ser escolhido de forma minuciosa.

“Vice não pode ser escolhido no balcão de negócios, como eles estão querendo fazer mais uma vez, colocando Goiânia no jogo de interesses dos políticos e dos partidos. A vice do PSDB vai ser escolhida de forma programática, de um vice técnico ou uma vice técnica. Nós filiamos ao PSDB a ex-diretora da Faculdade de Direito (FD) da UFG, professora Bartira Miranda, temos outros nomes, com um quadro extremamente qualificado. A definição de vice vai se dar até o período das convenções”, disse.

Ainda conforme Matheus Ribeiro, o projeto do PSDB é de renovação. “Por isso a gente não quer restringir a pessoa, mas a uma ideia. A construção do vice vai ser algo estendido pelos próximos meses para que, na convenção, a gente consiga chegar a um nome em comum. Eu tenho três nomes que já estão filiados no PSDB, mas não posso fazer uma abertura desses nomes porque a gente quer ter a possibilidade de dialogar com outros partidos.

“Já trouxe um nome, que é o da professora Bartira Miranda, foi conselheira da OAB. É um nome extremamente qualificado, conhecedora da segurança pública, e é um dos nomes que eu posso te dizer que estão participando do nosso grupo político”, completou.

Novo

Por fim, Leonardo Rizzo afirmou à reportagem que está com uma chapa de 38 pré-candidatos a vereador, mas acredita que o nome do vice “vai surgir naturalmente”.

“Estamos trabalhando com algumas opções. Nós estamos fazendo uma pesquisa qualitativa para saber também o que vai acontecer. A gente está observando também quem são os candidatos, com quem que a gente poderia caminhar junto”, afirmou.

Rizzo disse ainda que a posição do Novo é compor com quem pensa ou aceita as indicações de pessoas que são gestoras. “A gente quer acompanhar o prefeito, ou estar ao lado de um prefeito, que tenha independência pra fazer gestão. Se ele não tiver, vai continuar a mesma coisa”, criticou.

O pré-candidato a vereador pelo Novo, Levy Rafael, disse que o partido está buscando a composição e que vai conversar com os remanescentes que ainda não definiram.

“A gente vai conversar com o PL nesta semana para ver se a gente consegue fazer uma composição […]. Nós não vamos nos aventurar, isso é certo. Se não houver uma composição, obviamente não vamos lançar a chapa por lançar. A gente não descarta a composição entre Novo e PL aqui na capital. Já estamos apoiando o Professor Alcides em Aparecida, então aqui em Goiânia também nós não teríamos dificuldade nessa situação”, disse.

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