Ruy Castro lança livro sobre Tom Jobim pela Companhia das Letras

Diz-se de Tom Jobim que era o “maestro soberano”. Talvez tenha sido o Villa-Lobos da música popular. O compositor e pianista usou sua excelente formação musical para, digamos assim, refinar a bossa nova, e não só. Vários artistas — cantores, músicos e compositores — devem muito a Antônio Carlos Jobim. O que ele fez pela música “dos” outros, além da própria, o torna, quem sabe, maior do que João Gilberto.

Quando se fala em Tom Jobim nos Estados Unidos, para quem entende minimamente de música, a palavra que se ouve é uma só: gênio. Stan Getz e Frank Sinatra, entre tantos outros, o idolatravam. Cantoras estrangeiras o tratavam como deus. Aliás, falta um livro específico sobre a influência de mestre Tom Jobim na música americana e na música global.

Ruy Castro: o pesquisador é o grande “biógrafo” da bossa nova | Foto: Reprodução

Dadas suas imensas qualidades, ao produzir uma música pop que é quase erudita, Tom Jobim merecia dezenas de biografias. Há algumas, mas lacunares e datadas Por isso, o livro de Ruy Castro “O Ouvidor do Brasil — 99 Vezes Tom Jobim” (Companhia das Letras, 232 páginas), ainda que fragmentário, tende a ser valioso para leitores comuns e especialistas (o pesquisador costuma abrir avenidas para novos pesquisadores).

Ainda não li o livro de Ruy Castro, mas, devido ao seu conhecimento analítico e enciclopédico do grupo que circulou com Tom Jobim — e o quase siamês João Gilberto —, já entrou, furando a fila, para minha lista penelopiana de leituras.

A editora informa que não se trata de uma biografia, e sim de 99 crônicas a respeito de Tom Jobim. Mas, como Ruy Castro conhece tão bem o ás da bossa nova, é praticamente certo que se trata de uma biografia tanto do compositor-maestro quanto de sua música.

Síntese da Editora Companhia das Letras

De acordo com a Companhia das Letras, “em 99 crônicas recheadas de informações e histórias de bastidores, Ruy Castro revela o lado humano, crítico e mordaz do fascinante e plural Tom Jobim”.

“Tom Jobim mudou a história da música brasileira com a bossa nova e suas canções, que influenciaram pelo menos duas gerações de compositores. E levou essa música para o mundo. Mas disso os leitores provavelmente já sabem. O que Ruy Castro mostra em ‘O Ouvidor do Brasil’ é um Tom por vezes inesperado e desconhecido, que emerge sob diferentes ângulos em cada crônica. Em conjunto, os textos formam uma espécie de perfil biográfico fragmentado de um dos maiores artistas que o Brasil já teve.

“O fio condutor de todo o livro é a relação de Tom com o Brasil. Onde quer que estivesse, ele mantinha olhar e ouvido atentos à preservação da natureza, em uma época em que meio ambiente e ecologia passavam longe dos discursos. Com o estilo inconfundível de Ruy Castro, esses escritos revelam também fatos inéditos, histórias de bastidores e informações sobre os grandes personagens da cena musical nos anos 1950 e 1960.”

3 livros cruciais sobre Tom Jobim etc.

“Antônio Carlos Jobim — Uma Biografia” (Lumiar, 545 páginas), de Sérgio Cabral, é, por assim dizer, o livro básico sobre o compositor e pianista. Há também “Antônio Carlos Jobim — Um Homem Iluminado” (Nova Fronteira), de Helena Jobim. São bons, necessários e incontornáveis. Mas ainda falta uma grande biografia do maestro.

“Chega de Saudade — A História e as Histórias da Bossa Nova” (Companhia das Letras, 461 páginas), de Ruy Carlos, é um livro formidável sobre João Gilberto, Tom Jobim e outros.

“Tom Jobim — História de Canções” (Leya, 318 páginas), de Luiz Roberto Oliveira e Wagner Homem, é muito bom para se entender a grande arte de Tom Jobim. Do micro ao macro.

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