A grande dama do samba: o legado de Dona Ivone Lara

No ultimo dia 13 de abril, o Brasil celebrou,  pela primeira vez,  o Dia Nacional da Mulher Sambista, uma homenagem inspirada em  uma das maiores figuras do samba brasileiro, Dona Ivone Lara. Nascida em 1921, no Rio de Janeiro, e falecida em 2018, aos 97 anos, Dona Ivone Lara deixou um acervo de obras fascinantes para a música brasileira, sendo reverenciada como “a grande dama do samba”.

A recente aprovação da Lei n.º 14.834, marca um momento histórico ao oficializar o Dia Nacional da Mulher Sambista, reconhecendo assim a contribuição das mulheres para o cenário do samba. Esta data não só homenageia a compositora Dona Ivone Lara, mas também destaca a importância de todas as sambistas brasileiras.

Ela foi uma figura lendária, deixando um impacto indelével enquanto compositora, cantora e instrumentista, desempenhando um papel fundamental na evolução do samba. Sua trajetória foi marcada por desafios e superações, sendo uma das pioneiras a conquistar espaço em um universo, predominantemente masculino.

Curiosamente, no início  ela não gostou da sugestão de usar o “Dona” na frente do nome, pois achou que a estavam chamando de velha. Mas, logo entendeu que era de “Dona” mesmo: dona, detentora, possuidora de um dos maiores talentos e originalidades da música popular brasileira.

Dona Ivone no hospital no Engenho de Dentro | Foto: Reprodução / Acervo da família

Mas o legado de Dona Ivone Lara vai além. Enfermeira, especialista em Terapia Ocupacional, durante anos, dedicou-se a trabalhos em hospitais psiquiátricos, desempenhando um papel fundamental na reforma psiquiátrica no Brasil. A enfermeira Ivone Lara trabalhou ao lado da doutora Nise da Silveira, no Serviço Nacional de Doenças Mentais, levando a terapia musical para seus pacientes.

Sua jornada na música começou cedo, influenciada por uma família de músicos e marcada por parcerias que moldaram sua carreira. Ela  enfrentou o preconceito e a discriminação com determinação e talento, abrindo caminho para sua consagração como compositora e cantora. Em 1965, aos 44 anos, ela quebrou barreiras ao integrar oficialmente a Ala de Compositores  “Império Serrano”, tornando-se a primeira mulher a assinar um samba-enredo.

Ao longo de sua carreira, Dona Ivone Lara lançou diversos sucessos que marcaram gerações, como “Sonho Meu”, “Sorriso Negro” e “Alguém me Avisou”, conquistando o coração do público e o respeito de grandes artistas, que gravaram suas canções.

Hoje, seu nome é sinônimo de resistência, talento e inspiração. A sambista deixou um exemplo às mulheres, inspirando-as a perseguir seus sonhos e a lutarem por seu lugar na música e na sociedade.

Uma data marcado para comemorar o “Dia Nacional da Mulher Sambista”  é importante para reconhecer e valorizar não apenas o legado de Dona Ivone Lara, mas também a contribuição de todas as mulheres que, como ela, transformaram o samba em uma das maiores expressões da cultura brasileira.

Foto: Reprodução

Que seu exemplo continue a inspirar e a iluminar o caminho daqueles que têm o privilégio de ouvir sua música e conhecer sua história.

Ouviremos Dona Ivone Lara cantando Alguém Me Avisou; Acreditar e Sonho Meu. Observe como a  “Grande Dama do Samba”, traz em sua música uma profunda conexão com suas raízes afro-brasileiras e uma homenagem à resistência e à vitalidade do samba. 

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