Litro do leite sobe 12% em Goiás em meio à queda na produção e aumento de matéria-prima

A queda na produção do leite e o aumento consecutivo da matéria-prima, que chegou a 35% nos últimos três meses, em Goiás, fez com que o valor do litro do líquido subisse no estado. A alta começou a ser repassada aos consumidores na última segunda-feira, 22, podendo se estender de forma gradativa até o final de julho.

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O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite), Jair José Antônio Borges, estima que o valor do litro fique até 12% mais caro. O novo valor, conforme ele, é um reflexo da queda da oferta e na arrecadação dos produtores, que operam em prejuízo desde o início de 2024.

“O custo do leite para o produtor saiu de R$ 2 para R$ 2,60, sem falar em insumos como papelão, embalagens, transporte e combustível. O repasse para os consumidores está acontecendo agora”, explicou.

O preço do leite, que já pode ser encontrado a mais de R$ 7 por litro a depender da marca, também tem refletido no valor dos lacticínios. Um levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), por exemplo, apontou que o queijo mussarela subiu 0,72%, atingindo o preço de R$ 28,87/kg.

O cenário, aliado à queda na exportação, fez com que Goiás perdesse o posto de 5º maior produtor de leite do país para São Paulo, sendo rebaixado para a 6ª posição. O estado, que chegou a ser o 2º no ranking, era responsável por cerca de 8,8% de todo o líquido produzido no país. A lista, conforme o presidente do Sindileite, é liderada por Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“Se os derivados subissem na mesma proporção do leite, o aumento seria de 30%. Essa não é a intenção da indústria, que quer repassar o mínimo possível, desde que ela componha os resultados de custo interno na sua totalidade. A maioria dos produtos está operando abaixo do custo”, afirmou Jair.  

Gestão no campo

Para o presidente do Sindileite, é preciso investir no estudo e na gestão de produção no campo, a fim de que o produtor rural tenha mais lucro, gastando menos. Jair diz ainda que a extração extrativista do leite se tornou “inviável e não inteligente”.

“A gestão no campo precisa ser mais profissionalizada, ela depende de projeto, de um ponto de equilíbrio, de quanto precisa produzir. Um produtor pode produzir 300 litros, mas para o nível de custo que ele tem não é suficiente para obter lucro”, concluiu.  

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