Discussão sobre ‘Zona 40’ do Centro reacende com projeto Centraliza

Desde 2016, a velocidade máxima da região das avenidas Tocantins, Araguaia e Paranaíba do Centro de Goiânia foi reduzida para 40 km/h. Conhecida como “Zona 40”, o objetivo da medida é trazer segurança para quem transita pelas vias, principalmente os pedestres. Logo no primeiro ano, o número de acidentes despencou de 65 para 13, em comparação com 2015.

Contudo, a medida da Zona 40 sempre foi alvo de reclamações por parte dos motoristas e mesmo de vereadores da capital. Na última semana, a polêmica voltou a ser pauta na Câmara Municipal de Goiânia. Durante os debates sobre o programa de requalificação do Centro, o Centraliza, o vereador Lucas Kitão (União Brasil) criticou a regra. Segundo o parlamentar, essa questão precisa ser repensada na região.

“Nós precisamos começar a pensar em modificações para o Centro, como enfrentar aquela ‘Zona 40’ que afasta os consumidores”, afirma o vereador, em discurso no plenário. “As pessoas estão com medo de serem multadas, por isso acabam indo comprar em shoppings, sendo que no Centro temos um shopping a céu aberto”, declarou Kitão. O vereador afirma não ser contrário à Zona 40, mas ao aumento progressivo nas autuações, e defende subir (o limite de velocidade) de 40 km/h para 50 km/h para atendermos essa demanda de comércio”, argumenta.

Para a doutora em Transportes do Instituto Federal de Goiás (IFG), professora Patricia Margon, a redução da velocidade máxima na região central é importante para a segurança. “Em locais com muitas travessias de pedestres é preciso ter um controle de velocidade para que o trânsito seja menos letal. O aumento de velocidade é proporcional ao risco de um acidente ser fatal”, explica.

Por exemplo, conforme o levantamento do WRI Safer Cities, um impacto de um veículo contra uma pessoa a 60 km/h chega a quase 90% de risco de morte. Enquanto esse valor abaixa a 60% quando o motorista está 50 km/h. Entretanto, um acidente a 40 km/h, a possibilidade de morte despenca para aproximadamente de 20%.

“Se essas medidas de controle de velocidade não forem tomadas, além de aumentar o número de acidentes fatais, eu vou tirar as pessoas da rua, já que elas não se mostram mais seguras”, defende a especialista. Patrícia lembra ainda que essa redução de velocidade não é uma ideia apenas de Goiânia, mas do Brasil inteiro e mundo. “Lembrando que sempre temos um olhar carro-centrista, como se o único ator do trânsito fosse o automóvel particular”, completa.

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