Gerente do Instituto Ronald McDonald: “40% das crianças que morrem de câncer, morrem sem o diagnóstico”

Na quinta-feira, 25, as gerentes do Instituto Ronald McDonald, Daniele Basto (gerente de programas, inovação e advocacy) e Mariana Gomes (gerente de parcerias estratégicas e relacionamento) estiveram no Jornal Opção. Elas falaram sobre os programas do instituto e como eles podem auxiliar os goianos nos próximos anos.

Na semana passada, quinta e sexta-feira (25 e 26 de abril), Goiânia sediou capacitações voltadas para a oncologia infantil. A iniciativa promoveu o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil, de capacitação e sensibilização à doença. De acordo com o Instituto, o programa deve capacitar 600 profissionais em Goiás até o fim de 2024. “Ainda devemos estar aqui em Goiás mais umas duas ou três vezes neste ano para promover esses ciclos de formação”, destaca Basto.

A chegada do Programa Diagnóstico Precoce em Goiás fortalece a luta contra o câncer em crianças e adolescentes. O Estado desempenha um papel significativo, recebendo o programa e contribuindo para a conscientização sobre a doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é a doença que mais acomete da faixa etária de 1 a 19 anos do Brasil.

Em nota, a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel, reforçou que “quanto mais cedo se realiza o diagnóstico e o encaminhamento aos serviços especializados, mais sucesso no tratamento e possibilidades maiores de salvar vidas”.

As gerentes destacam também a importância de parcerias com instituições particulares e públicas. Principalmente, nesse caso, com o Governo do Estado de Goiás e com o Hospital Cora (Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás). O hospital será o primeiro 100% público destinado ao tratamento —via Sistema Único de Saúde (SUS) —, de câncer em Goiás. “Sem a parceria com as secretarias de saúde, a gente não consegue permear e alcançar os profissionais que estão na base, especialmente em comunidades menos favorecidas”, explica.

Capacitação de profissionais realizada pelo Instituto Ronald McDonald | Foto: Divulgação

Para justificar a volta dos programas do instituto, Daniele Bastos alega que um dos fatores é o empenho do Governo do Estado de Goiás em melhorar os índices de cura do câncer infantojuvenil. A gerente afirma ainda que o Instituto tem planos para construir, próximo ao Cora, uma Casa Ronald, que abriga as famílias durante o tratamento. “84% das famílias não teriam aonde ficar durante o tratamento, se não estivessem hospedadas na Casa Ronald”, afirma ela com base em dados recolhidos pela instituição.

“Em 88, quando começou a campanha do Mc Dia Feliz, a chance de cura para crianças e adolescentes era cerca de 38%”, relembra a gerente. “Sabemos que não somos os únicos responsáveis por esses números, mas, hoje, os índices de cura no Brasil São de 64%”, argumenta. E de acordo com a CEO, Provedel, a meta é alcançar 80% de cura, como nos países de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Esta iniciativa ajuda a aumentar as chances de detecção precoce do câncer em crianças e adolescentes, contribuindo para um tratamento mais eficaz e melhores resultados de saúde. Segundo uma das gerentes: “O câncer infanto juvenil é, basicamente, formado de sintomas que podem ser de qualquer outra doença da infância, por isso é difícil detectá-lo”. Por isso ela defende, além da capacitação, a sensibilização dos profissionais para a possibilidade de câncer nas crianças e adolescentes.

Ela destaca que tal medida é extremamente importante, porque “existem dados da OMS que dizem que 40% das crianças que morrem de câncer, morrem sem o diagnóstico, sem saber porque morreram”. Desde sua criação, há 16 anos, o programa já capacitou mais de 36 mil profissionais e estudantes da saúde, que foram sensibilizados sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil.

Publicidade das ações desenvolvidas em Goiânia | Foto: Divulgação / Instituto Ronald McDonald

Sobre o Instituto Ronald McDonald

Organização social sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald (IRM) há 25 anos atua para promover saúde e bem-estar de crianças, adolescentes e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil.

Para atingir esse objetivo, o Instituto Ronald McDonald trabalha promovendo a estruturação de hospitais especializados, a hospedagem para famílias que residem longe dos hospitais, a capacitação de estudantes e profissionais de saúde para realizarem o diagnóstico precoce, incentiva a adesão a protocolos clínicos e promove disseminação de conhecimento sobre a causa.

A ONG faz parte do sistema beneficente global Ronald McDonald House Charities (RMHC), presente em mais de 60 países, coordenando os programas globais: a Casa Ronald McDonald, que provê hospedagem, transporte e alimentação dos pacientes; e o Programa Espaço da Família Ronald McDonald, que torna menos desgastante o dia a dia das famílias durante o tratamento.

No Brasil, há ainda outros dois programas locais: Atenção Integral e Diagnóstico Precoce, com ações específicas de combate ao câncer infantojuvenil. O Instituto conta com o apoio de diversas empresas e pessoas físicas para desenvolver e manter seus programas.

A realização do programa na região de Goiânia é resultado da campanha Mc Dia Feliz, que chegará à sua 36ª edição em agosto deste ano. “Trata-se da maior campanha de arrecadação do país em prol de crianças e adolescentes em tratamento oncológico do país”, afirmou a gerente Mariana Gomes.

Confira o vídeo:

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