Concessão do Estádio das Nações foi aprovada, mas comunidade não foi ouvida

Os vereadores aprovaram na noite de quarta-feira (8) o Projeto de Lei Ordinária 33/2024, da prefeitura, que autoriza o Executivo a firmar contrato de concessão de uso do Estádio Municipal Eduardo Zeferino, o Estádio das Nações, para exploração, com 10 votos favoráveis e dois votos contrários (dos vereadores Eduardo Zanatta e Patrick Machado), além de quatro abstenções, de Alessandro Kuhnen ‘Teco’, André Meirinho, Cristiano José dos Santos e Juliana Pavan. 

O prazo de concessão é de até 20 anos (podendo ser prorrogado por igual período).

O PL estava na pauta de terça (7), mas foi adiado e aprovado na quarta-feira (8), mesmo com pedido de vistas do vereador Cristiano José dos Santos, que argumentou sobre a necessidade de ajustes no projeto para atender aos atletas que treinam no Estádio das Nações, e ainda o pedido de adiamento feito por André Meirinho, que justificou a necessidade de a comunidade ser ouvida em audiência pública. 

Os dois pedidos foram rejeitados, e por isso os vereadores resolveram se abster de votar.

A situação da concessão já foi abordada pelo diretor do Página 3, Waldemar Cezar Neto, em sua coluna de opinião (clique aqui), e é vista de forma estranha, já que o espaço ficou praticamente abandonado na maior parte do governo de Fabrício Oliveira, com sérios problemas estruturais – e ainda assim é onde treinam alguns dos melhores atletas do Brasil; e agora, ao final do seu mandato, Fabrício resolve transferir o espaço para terceiros.

Moradores pedem para serem ouvidos

A concessão deve provocar impactos negativos no Bairro das Nações, região residencial da cidade, que não tem estrutura para receber eventos de maior porte. 

O jornal foi procurado por moradores do bairro, que preferiram não ser identificados, que informaram que pretendem procurar a prefeitura para pedir que o prefeito não sancione o PL antes que a população seja ouvida, pois querem saber principalmente como será a organização em dias de evento e a mobilidade, que certamente será prejudicada.

Emendas rejeitadas

Duas emendas propostas também foram rejeitadas, inclusive a da vereadora Juliana Pavan, que estabelecia que a concessão fosse liberada somente após conclusão de obras de mobilidade no bairro, que incluem a finalização da Avenida Martin Luther e a interligação da Rua Madagascar, entre as ruas Itália e Venezuela. 

Foi aprovada somente a Emenda 04, que dispõe sobre a obrigação do concessionário de implantar uma pista de atletismo em terreno designado pela prefeitura. 

A pista é um projeto esperado há muito tempo. Era  um dos projetos de campanha de Fabrício, que se aproxima do fim de seu segundo mandato e não o realizou.

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