Juscelino Kubitschek foi maior do que o movimento de 64? Sim, diz Josué Montello

“Mas a verdade verdadeira é que a Revolução, como expressão dos elementos no poder atualmente, seria superada pelo senhor. Ela, por isso mesmo, quando o examina, vê apenas o homem que, para os radicais da linha dura, inevitavelmente a superaria.”

Josué Montello era muito amigo de Juscelino Kubitschek. O trecho acima é de uma carta que ele escreveu para o ex-presidente em 1964. Na época, Kubitschek acabara de ser cassado e, na visão de Montello, isso ocorreu por razões políticas. A cassação do ex-presidente, que votou no marechal Castello Branco no Colégio Eleitoral, mostrou que o movimento de 31 de março de 1964 não puniria apenas comunistas e/ou subversivos. Qualquer um que fosse empecilho para os militares, teria os direitos políticos cassados ou até mesmo preso.

Sem Juscelino Kubitschek no tabuleiro político, muitos aliados dos militares pensaram que o caminho para o Palácio do Planalto estava aberto. Carlos Lacerda era um desses que acreditava que a cassação do seu adversário o beneficiaria. Que nada! Ele também entrou no radar como possível adversário dos novos donos do poder. Sem Juscelino Kubitschek no páreo para as eleições presidenciais, os militares gostaram de ficar no poder.

Em 1965, teríamos outras eleições para presidente. Era a chance que nós tínhamos de consolidar nossa democracia. Não foi o que aconteceu. Lideranças civis marginalizadas, militares no poder. Até hoje nós vemos trincar o teto de vidro da nossa República.

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