“Grande gostosa, loiríssima, vaidosa e bem diagramada”, os ataques machistas sofridos por candidata em Anápolis

A pré-candidata a prefeita de Anápolis, Eerizânia Freitas (União Brasil), tem recebido ataques machistas e misóginos nas redes sociais e grupos de Whatsapp. Nas mensagens obtidas pela reportagem, os agressores tentam colocar a servidora pública de carreira num papel de serventia, além de ressaltar suas características físicas e usar palavras de baixo calão.

O texto inicia buscando se isentar de “qualquer posição misógina ou machista”. No entanto, logo em seguida, o autor, em anonimato, destaca as “curvas acentuadas e uma feição trabalhada em alguns procedimentos plásticos” da mulher. Além da violência de gênero explícita no texto, os autores praticam violência política contra Eerizânia. “Loiríssima, vaidosa, bela e bem diagramada…grande gostosa…”, diz o texto divulgado nas redes sociais.

Ao Jornal Opção a pré-candidata disse lamentar os ataques e que já buscou apoio jurídico para denunciar o caso à polícia. “A gente se prepara para um debate saudável pautado em um plano de gestão eficaz que atenda a população e de repente a gente se prepara com um crime contra as mulheres

Minha cor, meu corpo e meu cabelo não me definem. O que me define são as minhas raízes, meu projeto, meu respeito com as pessoas. Isso é nojento e o limite é a lei

Eerizânia Freitas

As quatro vereadoras de Anápolis gravaram vídeo em solidariedade e repúdio aos ataques sofridos pela ex-secretária de Educação.

Violência de gênero é crime

A violência política de gênero foi estabelecido como crime a partir da Lei 14.192/2021. O dispositivo legal estabeleceu normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. O texto dispõe sobre os crimes de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de campanha eleitoral, para criminalizar a violência política contra a mulher.

Um relatório Agência dos Direitos Fundamentais do bloco europeu (FRA) apontou que as mulheres são as principais vítimas de discursos violentos, assédio e incitamento a violência nas redes sociais. De acordo com os resultados da pesquisa, elas recebem quase o triplo de mensagens de ódio do que grupos como pessoas negras, ciganos ou judeus, as outras minorias que o relatório levou em conta.

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