Cobalto: “Ouro Azul” é um mineral abundante no Brasil e indispensável na exportação

O cobalto é um mineral com diversas aplicações comerciais, industriais e militares, encontrado em abundância no Brasil. Popularmente conhecido como “Ouro Azul”, é indispensável na fabricação de baterias de íons de lítio, que abastecem carros elétricos. Por isso, é necessário para a transição energética sustentável, e simboliza um grande potencial econômico para o país.

Graças a estudos geológicos recentes, foi descoberto que o Brasil é um páis importante no mercado global de cobalto. Existem grandes depósitos do ‘ouro azul’ em diferentes regiões nacionais. E, por isso, no cenário global, há destaque brasileiro como uma fonte alternativa do metal. Principalmente para países que se preocupam com as reservas limitadas, que podem impactar tecnologias.

De acordo com as estatísticas de exportação do minério ao longo dos últimos anos, a busca por cobalto cresce intensamente. Principalmente com a adesão de mais países às políticas de sustentabilidade. A expectativa é de um aumento de 212%, entre 2017 e 2025, ou seja, um salto de 71 mil toneladas em um ano para 222 mil.

Segundo o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, José Fernandez, o país quer investir nas reservas do Brasil. Como falta apenas o capital para a exploração, empresas brasileiras tem chance de se destacarem.

Potencial do Cobalto

Em 2023, José Fernandez anunciou que os Estados Unidos pretendem investir em setores específicos no Brasil. Entre eles, a extração de minerais, como o cobalto. Segundo ele, expandir essa exploração por aqui é um dos objetivos do presidente. Ele justifica ainda que isso ocorre pois 80% da extração está concentrada em autocracias.

O cobalto é mais uma preocupação que os EUA tem com a China, devido a posição de domínio que o país asiático estabeleceu no abastecimento desse mineral. Ou seja, pode se tornar uma grande ameaça à competitividade da indústria americana, ou deixar vários países à sua mercê. A China já instalou duas fabricantes de automóveis elétricos no Brasil, a BYD e a Great Wall Motors.

Entretanto, os Estados Unidos já investiu em empresas brasileiras, como a TechMet, localizada no interior do Piauí, que recebeu 25 milhões de dólares. A agência governamental americana tomou essa decisão, ainda em 2020, para a exploração de níquel e cobalto, que podem produzir novas tecnologias.

Depois disso, em 2023, a empresa britânica Brazilian Nickel, divulgou um plano de investimento de 6 bilhões de dólares para o desenvolvimento de um projeto de níquel e cobalto no Piauí. Hoje a empresa tem uma unidade onde produz 600 toneladas de níquel por mês. E tem a intenção de produzir 800 toneladas de cobalto por ano, a partir de 2027.

Outra empresa que já demonstrou interesse na reserva brasileira foi a australiana Jervois Global, que planeja investir no Brasil. Eles tem o intuito de reabrir uma refinaria já existente, localizada em São Paulo. Sendo que a expectativa é, de início, que a refinaria produza 10 mil toneladas métricas por ano de níquel e duas mil de ‘ouro azul’.

Além disso, é importante lembrar que outros produtos necessitam de cobalto em sua produção, como airbags, ferramentas de diamantes, tintas, aço rápido e ímãs. Sendo assim, o Brasil ainda pode se destacar mais nos próximos anos por produzir com esse material ou por suprir a demanda por ele nos próximos anos.

Problemáticas do Minério

(A situação, que parece vantajosa no cenário geral, é repleto de controvérsias. Principalmente por conta de problemas associados à poluição, trabalho análogo à escravidão e exploração de menores, como já foi documentado que acontece no Congo.

E existe ainda um outro problema, comum entre recursos naturais: a demanda é crescente, mas o recurso é finito. Mesmo que existam quantidades significativas de reservas conhecidas de petróleo, essas reservas são continuamente descobertas, exploradas e refinadas para atender a demanda.

Nesse problema com o recurso, o Brasil pode ajudar, pois possui grandes reservas. Entretanto, o país pode optar por explorar imediatamente na exportação, ou desenvolver uma indústria e mercado em torno das tecnologias que requerem cobalto. Nesse cenário, a melhor opção hipotética seria: ambos. Provavelmente seria possível usufruir benefícios à curto, médio e longo prazo.

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