Pela primeira vez, Balneário Camboriú poderá ter três mulheres na disputa majoritária

A próxima eleição poderá estabelecer um ‘recorde’ de candidaturas femininas para disputar o troninho da Rua Dinamarca: no momento estão anunciadas as pré-candidatas à prefeita, Juliana Pavan (PSD) e Marisa Zanoni (PT). Outro nome que está circulando para o cargo de vice-prefeita é o de Christina Barichello (PL).

Até hoje, desde a redemocratização em 1988, apenas uma mulher concorreu a prefeita em Balneário Camboriú: Jade Martins Ribeiro, pelo PMDB, em 2016. Ela será candidata a vereadora, neste ano.

Ao cargo de vice-prefeita, quatro mulheres compuseram chapas majoritárias: Guilhermina Stucker (PT), em 1992 como vice de Elias Silveira; Eulália Maria de Azevedo Silva (PSC), em 1996, como vice de Carlos Alberto Machado; Ediná Terezinha Brognoli (PFL), em 2000, como vice de Aristo Manoel Pereira e Ana Carolina Christoff (PT), em 2016, como vice de Luiz Fernando Ozawa.

Nesta reportagem das jornalistas Renata Rutes e Marlise Schneider Cezar, as três pré-candidatas para a eleição 2024 falaram sobre a importância de haver mais espaço para as mulheres na política e suas expectativas nesse momento pré-eleitoral.

Juliana Pavan: Mais mulheres na política é questão de interesse público’

(Arquivo Pessoal)

“A inclusão de mais mulheres na política não é só questão de justiça, mas de interesse público. As pessoas estão procurando mais a participação da mulher na política e é uma conquista muito valiosa até para a própria cidade de uma forma geral. 

Nós representamos a maioria do eleitorado brasileiro e ver a participação política da mulher de forma ativa vem até para combater a desigualdade social. 

Uma coisa que sempre falo é ‘uma missão nossa, como mulheres, é deixar uma semente melhor’. É o meu propósito. Quando entrei na política era o meu objetivo ampliar o olhar sensível que a mulher tem para algumas pautas, atender o povo, discutir pautas que são deixadas de ser discutidas. 

A mulher tem um olhar mais amplo, tem que ter o equilíbrio e vejo de forma positiva ter mais mulheres participando, sim. Acredito na política, que é um instrumento para fazer o bem, mudar a vida do cidadão, por isso entrei na política – para contribuir dessa forma. 

Pensando em um dia estar na prefeitura de Balneário Camboriú, vou buscar exercer um mandato transparente, econômico, colocar Balneário Camboriú acima de qualquer briga política, dialogando de forma mais ampla com o povo, trabalhando de forma séria, com dedicação e vontade de ouvir as pessoas, por isso me coloquei à disposição”.

Marisa Zanoni: ‘Ter coragem e disposição de se colocar é super importante’

(Arquivo Pessoal)

 “É excelente e necessário que mulheres se coloquem na disputa à majoritária, falamos de igualdade, equidade de gênero e democracia – sem presença das mulheres, que são a maioria da população e do eleitorado isso não aconteceria. 

Se pegar só em Balneário Camboriú há 52,77% de mulheres na cidade. Seria natural que a gente tivesse a voz, a presença feminina no debate da cidade que queremos, mas ao mesmo tempo não temos essa tradição. 

Balneário perde para Camboriú onde tem mais mulheres na política hoje. Ter coragem e disposição de se colocar é super importante no campo que cada uma [ela, Christina e Juliana] milita e pautas que defende. 

Me coloco como mulher progressista, é quem defendo como presença plural na política e gosto de pensar que represento. 

A Luiza Erondina comentou uma vez que mulheres parecem ter certo receio de verbalizar o desejo de tomar parte do poder e acredito que seja isso – eu tenho desejo de contribuir, fazer parte e estou motivada no debate político, de economia, sustentabilidade… é importante ocupar lugar do desejo e que possamos trabalhar com pautas que são significativas para a cidade que fujam da moral e costumes, focadas na vida pública de fato”.

Christina Barichello‘Mulher tem que trilhar o próprio espaço’

(Arquivo Pessoal)

“Eu faço parte de um time, cujo capitão se chama Fabrício de Oliveira. Eu tenho toda uma história em Balneário Camboriú há mais de 30 anos e estou pronta para estar na majoritária, mas isso não é uma condição sine qua non para mim fazer parte de um processo de eleição. Hoje, por exemplo, eu saí da Secretaria de Inclusão Social, mas estou como voluntária na ajuda ao Rio Grande do Sul e estou coordenando a campanha da majoritária, e isso não é uma condição para eu ser candidata a vice ou não, mas se vier esse desafio, estou pronta. 

Há muito tempo eu estou pronta porque fui três vezes vereadora, presidi a Câmara, fui conselheira tutelar, sou mulher que milita nas questões políticas partidárias também, tenho causas que defendo. 

O Legislativo é importante, mas no momento eu me identifico muito mais com o Executivo – fazer e transformar. 

Tenho especialização em políticas públicas, faço projetos para várias cidades do Brasil. Me faz feliz ver aplicado algo que tenho conhecimento e que pode transformar vidas não só da minha cidade, mas de outros municípios. 

Se acontecer de eu vir na majoritária e for o melhor para o grupo, os partidos que hoje fazem nossa pré-coligação do PL, que é PRD, Cidadania, PSDB, Podemos e União Brasil, tudo bem. Eu estou no PL, como vice-presidente e presidente do PL Mulher de Balneário Camboriú. 

Vejo que existir mais espaço para as mulheres na política é natural. Do meu ponto de vista, quando iniciei na vida pública era solitária, poucas mulheres existiam na política. A primeira mulher era a Remi Osório, a quem eu admirava muito, foi a primeira vereadora mulher de Balneário, se eu não estou equivocada. Depois veio a Iolanda Achutti e depois eu. Mulher tem que trilhar o próprio espaço e o primeiro passo permeia nos partidos públicos, onde faz construção, e ainda temos algumas dificuldades, mas o Fabrício conseguiu abrir um novo horizonte com muitas mulheres em pastas do governo. Nossa composição partidária assegura 30% de mulheres no mínimo, e na maioria dos partidos temos mais que isso, é um avanço. 

Repetindo – se vier o desafio de estar na majoritária, estou pronta, se não, vou estar coordenando, meu partido é Fabrício Oliveira”.

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