Com oposição reduzida, Naçoitan Leite pode ser solto, retornar à Prefeitura e quer fazer sucessor

O prefeito afastado de Iporá, Naçoitan Leite, que se encontra preso, passará por audiência de instrução na próxima sexta-feira, 16. Com oposição mínima na Câmara Municipal, a previsão é que o processo de impeachment contra ele não avance entre os vereadores. Para se ter ideia, dos 13 parlamentares, apenas três se declaram fora da base de apoio de Naçoitan. Por isso, caso seja solto pela Justiça, nada o impede de retornar ao cargo.

O vereador Moisés Magalhães (Republicanos), que apresentou o pedido de impeachment, disse ao Jornal Opção que a situação do prefeito no município é favorável. Segundo ele, para a cassação de Naçoitan são necessários nove votos. A esperança do parlamentar é que o processo na comissão da Câmara passe, mas, para tanto, o prefeito precisa ser ouvido.

A oitiva de Naçoitan estava marcada para ocorrer nesta quarta-feira, 14, mas foi suspensa. De acordo com a presidente do colegiado, vereadora Heb Keller (Republicanos), nem o prefeito e nem a defesa dele compareceram. À reportagem, o advogado Samuel Balduíno contou que apenas teve conhecimento da notificação nesta quarta. “Os motivos do não comparecimento foram o fato de eu ter sido diagnosticado com Covid-19 (motivo acatado pela comissão)”, afirmou.

Sucessão

Antes de ser preso, Naçoitan Leite que encerra neste ano o segundo mandato, pretende apoiar o ex-prefeito Danilo Gleic para a sua sucessão. Gleic, inclusive, é suspeito de acobertar a fuga de Naçoitan, que foi declarado foragido após tentativa de assassinar ex-mulher e o namorado dela. O ex-prefeito estava lotado na Prefeitura de Iporá e foi demitido nesta quarta pela prefeita interina Maysa Cunha, segundo o vereador Moisés.

Magalhães acrescentou que Maysa segue sem conseguir consolidar uma base de sustentação na Casa. A prefeita interina foi procurada, mas a assessoria de imprensa informou que ela deve se manifestar nos próximos dias. O espaço segue aberto.

Prefeito polêmico

Prefeito Naçoitan Leite | Foto: reprodução
Prefeito Naçoitan Leite | Foto: reprodução

O prefeito de Iporá, Naçoitan Leite, foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) por tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, fraude processual majorada e posse de arma de fogo de uso restrito com numeração raspada. Leite foi preso no dia 23 de novembro, após ficar foragido por alguns dias.

Naçoitan é investigado por invadir a casa da ex e atirar ao menos 15 vezes contra a ex-mulher e o namorado dela. Naçoitan foi afastado temporariamente das funções de gestor municipal por recomendação do Ministério Público.

Naçoitan cultivou um histórico problemático se envolvendo em posições políticas controversas e fazendo ameaças contra presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um áudio distribuído a grupos de WhatsApp, o prefeito (na época do União Brasil), teria defendido “eliminar” as duas autoridades.

No áudio de 32 segundos, o político chegou a contestar o resultado da eleição presidencial e afirmar que a vitória de Lula iria levar o país “a uma guerra civil”. Assim, defendeu a “morte” tanto do petista quanto do membro do Supremo.

“Até a nossa liberdade está em jogo também. Nós temos que eliminar o Alexandre de Moraes e o Lula. Dois homens estão acabando com o Brasil. Vai virar uma guerra civil por causa de dois homens. Então vamos arregaçar as mangas. Ou é agora, ou vamos virar a Venezuela. Ou pior que a Venezuela, porque o presidente da Argentina já está morando no Brasil”, comentou no áudio o prefeito afastado de Iporá.

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