Inflação na Argentina passa de 250% em janeiro, maior em 30 anos

A taxa anual de inflação na Argentina atingiu 254,2% no último mês, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos nessa quarta-feira, 14. O índice mensal de janeiro registrou 20,6%, marcando o valor mais elevado em 12 meses desde 1991. O aumento foi impulsionado principalmente pelos setores de bens e serviços, transporte e comunicação.

Embora tenha havido uma desaceleração em relação a dezembro, quando a inflação mensal atingiu 25,5%, Hernán Letcher, diretor do Centro de Economia Política Argentina, considera essa diminuição como um fator “secundário” diante dos consideráveis aumentos ainda presentes no país.

Ele enfatiza que afirmar que a inflação está diminuindo é uma visão excessivamente otimista, e destaca que o índice de janeiro permanece muito alto, seguindo uma dinâmica similar à de dezembro, mencionando os aumentos de preços desde então, resultado da desvalorização de aproximadamente 54% do peso em relação ao dólar e do fim de diversos controles de preços.

Letcher também observa uma moderação nos aumentos de alimentos em fevereiro, porém, destaca um substancial aumento nos preços regulados, como transporte público e planos de saúde, indicando uma inflação relativamente alta para o mês.

Martín Kalos, economista e diretor da EPyCA Consultores, explica que diminuir para 20% após ter registrado 25,5% de inflação no mês anterior não é um mérito, mas sim resultado do impacto gerado que continua presente nessa medição, ressaltando a importância de observar o comportamento do índice nos próximos meses.

Kalos e outros economistas destacam que os próximos índices serão mais impactados pelos aumentos já previstos, como os da energia e do transporte público, ao longo do primeiro semestre.

Além disso, com a eliminação do controle de preços em vários setores pelo decreto do governo Milei, assinado em dezembro, os prestadores de planos de saúde aumentaram significativamente as mensalidades nos primeiros meses do ano, gerando um panorama desafiador, especialmente considerando que os salários não acompanham esse ritmo de aumento, o que pode resultar em uma persistência de inflação elevada nos próximos meses.

Com informações da CNN.

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