Vereadores divergem sobre processo que pode acabar com a Comurg

Os vereadores discutiram na sessão desta quinta-feira, 23, sobre o possível fim da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). As falas foram uma reação após o titular das Finanças, Vinícius Henrique Alves, defender a liquidação da empresa pública no Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) na quarta-feira, 22. O secretário adiantou que apresentará um termo de ajustamento de gestão (TAG) apontando para a liquidação da empresa pública.

O primeiro a se manifestar sobre a possibilidade de liquidação foi o vereador Anderson Sales (MDB), conhecido como “Bokão”. O parlamentar defendeu que os servidores realizaram um grande trabalho na capital nos últimos anos e que estão sendo penalizados pelo trabalho dos últimos gestores. “Goiânia tem condição de manter a Comurg forte, mas é preciso dar essa condição para que ela funcione, algo que seguimos cobrando”, defende.

Servidor efetivo da Comurg, Izídio Alves (DC) é um dos parlamentares que carrega os interesses dos trabalhadores da empresa pública como bandeira. Ele criticou a possibilidade e disse que essa não seria ideia do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). “Só queria dizer que o funcionário da Comurg não é lixo não, ele é trabalhador”, afirma.

Na defesa

Outros vereadores defenderam que a companhia precisa passar por mudanças e que não pode ficar como está atualmente. Ronilson Reis (Solidariedade), que presidiu a Comissão Especial de Inquérito que Investigou a companhia no ano passado, sinalizou que defende a medida, mas cobra que o processo de encerramento seja gradual.

“A Comurg é um buraco sem fim. Se o Paço tem mesmo a intenção de levar isso adiante, temos que saber o que acontecerá com os servidores. O processo pode levar entre 6 e 8 anos, chegando a 10 anos, se for de uma forma gradual, nisso muitos podem aposentar”, aponta.

No mesmo sentido, o relator das investigações, Thialu Guiotti (Avante), também defendeu mudanças envolvendo a companhia. O 1º vice-presidente da Câmara alerta que a Prefeitura não pode absorver mais de R$ 1 bilhão em dívidas. “É um assunto muito complexo e eu solicito que possamos convidar o secretário de Finanças (Vinícius Henrique Alves) para se reunir com os vereadores para debater a respeito disso”, afirma.

Entenda a situação

Presente na última sessão do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), o secretário de Finanças defendeu a possibilidade de encerramento da Comurg. Segundo o titular, a expectativa é de que a pasta apresente em breve um termo de ajustamento de gestão (TAG) para a liquidação da empresa pública para análise dos órgãos competentes.

A presença do secretário na sessão do TCM-GO foi para responder sobre uma análise das contas do prefeito Rogério Cruz de 2021. A Corte também cobrou do Paço Municipal dados sobre despesas de pessoal da companhia. Ao mesmo tempo, o titular também está dialogando com os conselheiros sobre a possibilidade da Comurg não ser dependente da administração pública.

A principal preocupação de Alves a respeito da Comurg é a empresa pública ser classificada como dependente do Paço Municipal. Além das dívidas, o peso da máquina da companhia é uma preocupação, por conta da quantidade de servidores no quadro. A situação poderia trazer grandes consequências financeiras negativas, como redução da Capacidade de Pagamento (Capag) do Tesouro Nacional.

O secretário ainda apontou que a companhia já está nesse processo com as últimas ações. Por exemplo, a terceirização da coleta de lixo com o Consórcio Limpa Gyn. O plano também é terceirizar a gestão do aterro sanitário, além dos trabalhos de manutenção da empresa pública em praças e parques. A Prefeitura também pretende absorver gradualmente tudo que administrado pela Comurg, incluindo todos os servidores.

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