M.M.D.C.: A juventude paulista abalou o governo provisório de Getúlio Vargas

*Carlos César Higa

Getúlio Vargas chegou ao poder em outubro de 1930, logo após a revolução derrubar as oligarquias da República Velha. O Governo Provisório fechou o Congresso, extinguiu os partidos políticos e anulou a Constituição de 1891. Vargas governava por decreto lei. Os estados eram governados por interventores de sua confiança. São Paulo começou o ano de 1932 incomodado com Vargas e seu poder sem limites. O Governo Provisório estava se tornando permanente. Os paulistas, principalmente os jovens estudantes, foram às ruas protestar contra o governo. Eles já viam em Vargas a figura de um ditador.

Começava o movimento constitucionalista. Os manifestantes queriam uma nova Constituição para o Brasil e que limitasse os poderes do chefe do governo. As tropas federais entraram em confronto com os manifestantes em 23 de maio de 1932. Naquele dia, na Praça da República, bem no centro histórico de São Paulo, quatro estudantes foram mortos: Euclydes Bueno Miragaia, Antônio Américo de Camargo Andrade, Mário Martins de Almeida e Dráuzio Marcondes de Souza. O movimento constitucionalista tinha agora quatro símbolos, quatro letras formadas a partir dos sobrenomes dos estudantes. MMDC se tornou marca paulista na luta contra o autoritarismo de Getúlio Vargas.

Após o 23 de maio de 1932, São Paulo intensificou os protestos contra o Governo Provisório e foi além: decidiu pela luta armada, pela revolução em busca da Constituição para o Brasil. Em 9 de julho daquele ano começaria a Revolução. Até hoje, São Paulo valoriza a luta contra o Governo Vargas. Uma das principais avenidas da capital foi batizada como 23 de maio. O 9 de julho, além de ser feriado, virou nome de praças, ruas, avenidas, monumentos e um museu em frente ao Parque Ibirapuera. Já o nome de Getúlio Vargas, raramente batiza uma rua. Em 1937, quando o golpe do Estado Novo deu início a ditadura varguista, os paulistas bem que poderiam anunciar em alto e bom som para todos os brasileiros ouvirem: “Eu avisei!”

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