Ao Jornal Opção, vice-cônsul dos EUA revela impressões após visitas em Goiás: “Tem muito desenvolvimento aqui”

No final da primeira quinzena deste mês de maio, o governo de Goiás recebeu a vice-cônsul dos Estados Unidos, Lauren Cutler, que esteve em Goiânia a pedido do próprio consulado norte-americano para “conhecer a realidade econômica” do estado e, assim, aprimorar a análise dos pedidos de visto por parte dos goianos.

Lauren se reuniu com o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Joel Sant’Anna, e com o chefe do Gabinete de Assuntos Internacionais, Giordano de Souza, que fizeram uma exposição das particularidades de perfis de empresários de Goiás. Ao evidenciar que autônomos e empreendedores, por exemplo, têm renda e patrimônio, apesar da dificuldade de alguns deles de comprovar isso com a documentação tradicional, o governo espera conseguir um olhar mais regionalizado e atento aos detalhes desses perfis econômicos por parte dos oficiais consulares – responsáveis por analisar os pedidos de visto.

Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, a vice-cônsul norte-americana revela a percepção que teve de Goiás e de Goiânia durante a visita de uma semana, além dos resultados dos encontros e reuniões das quais participou.

Ton Paulo – A senhora esteve recentemente reunida com o chefe de gabinete de Relações Internacionais do Estado de Goiás, assim como outros secretários. Sobre o que vocês conversaram, o que foi tratado nessa reunião?

Principalmente para conhecermos um pouco mais a situação aqui em Goiânia, a economia, o que está acontecendo. Discutimos assuntos econômicos e como está andando a economia de Goiânia em geral, e também como podemos trabalhar mais juntos no futuro.

O senhor Souza, ele foi ótimo. Nos acolheu aqui para discutir como podemos enfrentar o desafio.

Ton Paulo – Uma informação que o sr. Souza me passou foi sobre a apresentação da realidade econômica do Estado, para o aperfeiçoamento da análise dos vistos no consulado, principalmente para turistas, empreendedores. A partir do que foi encontrado aqui, do que a senhora percebeu aqui, o que deve ser mudado nessa análise dos vistos?

Não tenho previsão de uma mudança. Mas temos oficiais consulares que estão chegando todo ano de outra parte do mundo, e é importante para nós ter a informação mais relevante, mais concorrente para entregar para eles, para ensinar o que está acontecendo, a realidade econômica aqui na região. Então é isso, vamos esclarecer um pouco as realidades.

Acho que todo estado é um pouco diferente de qualquer lugar no mundo. Nós ouvimos muito do Sr. Souza sobre o crescimento de Goiás, como o PIB aqui está alto, do PIB do Brasil em geral, e aqui está puxando esse PIB, e tem muito desenvolvimento aqui. Ainda vamos continuar analisando todos caso para visto individualmente.

Italo Wolff – O que o consulado pode fazer entendendo as especificidades de Goiás, nas análises de vistos? O que o consulado pode adaptar?

Eu, pessoalmente, sou vice-cônsul, trabalho no setor consular, na embaixada, então temos solicitantes, muitos solicitantes [de vistos de turismo] de Goiás. Queremos entender, assim, as vidas deles e quais são os setores grandes, os setores pequenos, como andam os negócios aqui, coisas assim. Isso é do nosso interesse.

Italo Wolff – E quais são as oportunidades para os estudantes brasileiros que têm interesse?

Temos programas para [vistos] J1 [Visitante de intercâmbio, professores, pesquisadores, au pair, summer work and travel] para, por exemplo, cuidar de crianças. Nesse programa de au pair, a pessoa mora com a família. Geralmente, é um contrato para um ano com uma família só, e trabalham não mais que 40 horas por semana, recebendo alojamento. Parte do programa é promover a experiência com a cultura de fora dos Estados Unidos para as crianças.

E também temos o Summer Work and Travel, para trabalho durante as férias escolares, só para estudantes matriculados numa faculdade, e tem que ter só nas férias. E também temos um parecido, J1 para Camp Counselor. Todos são trabalhos. Mas, ao mesmo tempo, precisa de proficiência em inglês. Não tem que ser perfeito, mas tem que ter habilidade para comunicar.

Ton Paulo – E tem aumentado o interesse das pessoas, dois goianos, especificamente, nos vistos? Quantos vistos foram emitidos em 2023, por exemplo?

Acho que tivemos interesse no passado e ainda temos. É difícil ver a divisão da embaixada porque não estamos envolvidos com a busca por esses trabalhos, nós só emitimos os vistos. Mas em geral, emitimos quase um milhão em 2023, no Brasil todo.

Ton Paulo – Eu gostaria de saber como é, hoje, a relação entre nosso governo, o governo estadual, e o governo dos EUA.

Eu acho que é muito boa. Eu não conhecia o sr. Souza antes, mas ele é muito familiarizado com nossos colegas. Temos muitas relações entre a embaixada e o Estado de Goiás, é um grande parceiro. Como eu mencionei antes, é um dos maiores Estados do Brasil. Então, definitivamente temos uma boa relação.

Italo Wolff – Como está o sistema de intercâmbio hoje entre Goiás e os Estados Unidos?

O sistema de intercâmbio [com Goiás] é o mesmo como com o resto do mundo. Nós tentamos produzir oportunidades para convidar pessoas para os EUA e ter essa cultura de intercâmbio.

Eu sei que o Brasil é a principal fonte de au pairs nos EUA, particularmente o número um. Há mais au pairs brasileiros do que qualquer outra nacionalidade. Definitivamente há muito interesse dos brasileiros, recebemos muitas perguntas sobre os programas e como funcionam, então estamos felizes em continuar construindo nossas relações.

Ton Paulo – Você e o sr. Souza falaram sobre isso?

Não falamos sobre as visas J1, falamos principalmente sobre como podemos ajudar os proprietários de negócios a viajar para criar mais relacionamentos visíveis.

Italo Wolff – Tem algum tipo de programa ou um visto específico para as empresas?

Nós temos várias vistos de trabalho. Se a pessoa já tem um negócio nos EUA, existem vistos de transferência entre companhias. Então, se alguém já trabalha em uma empresa no Brasil que tem um escritório nos EUA, eles podem ser transferidos para lá.

Também temos vistos H para trabalho temporário nos EUA. H-1B para habilidades especializadas e H-2A e H-2B para trabalho temporário. É geralmente na agricultura ou no turismo.

Temos muitos profissionais brasileiros de vários setores que pedem visto para os EUA. A maioria deles ainda está procurando em São Paulo, porque a maioria das empresas internacionais estão lá. Mas vemos um bom número de professores.

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