O senador Cid Gomes oficializou sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) em um evento político em Fortaleza neste domingo, 4. Esse movimento marca o rompimento do parlamentar com seu irmão, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, que continua no Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Cid demonstrou sua influência política ao mudar de partido, trazendo consigo 40 prefeitos (35 deles do PDT) e a ex-governadora Izolda Cela, atual secretária-executiva do Ministério da Educação.
Entre os novos prefeitos do PSB no Ceará, destaca-se Ivo Gomes, irmão de Cid e Ciro, que está à frente da prefeitura de Sobral, município berço político da família. A migração de deputados estaduais e federais para o PSB também está prevista, sujeita à aprovação da Justiça Eleitoral – caso contrário, ocorrerá na janela partidária de 2026.
Depois, ao iniciar seu discurso, chamou Camilo de irmão: “Eu queria evitar expressão familiar, mas eu vou dizer: meu caro irmão Camilo Santana” , afirmou Cid, ao cumprimentar ministro. “Quando eu procurei Camilo para ser o governador, não era para ser capacho meu. […] Eu procurei para ele ser um governador de Estado melhor do que eu. E digo sem problema de vaidade: Camilo é hoje a maior liderança de estado do Ceará e eu me orgulho disso.”
Durante o evento, Cid subiu ao palco ao lado do ministro Camilo Santana (Educação), ex-governador do Ceará entre 2015 e 2022. Ciro Gomes foi mencionado de forma humorística por Cid, destacando a estatura do ex-governador. Cid afirmou que Ciro “foi um grande governador”, mas enfatizou que ele próprio foi o melhor governador que o Ceará já teve.
Cid Gomes, que governou o Ceará de 2007 a 2014, rompeu relações com seu irmão durante as eleições de 2022, acusado por Ciro de ter abandonado o PDT e apoiado o presidente Lula (PT). Essa mudança representa a primeira vez desde 1983 que os irmãos militam em partidos diferentes.
A filiação de Cid ao PSB enfraquece o PDT no Ceará, onde o partido tem sua principal força política. Cid conta com o apoio da maioria dos prefeitos do PDT no Estado, além de 13 dos 16 deputados estaduais e todos os deputados federais, com exceção de André Figueiredo, presidente nacional em exercício do PDT.
Essa mudança também complica as negociações entre PDT e PSB para uma federação partidária em 2026, após se afastarem em 2022 devido ao apoio do PSB à candidatura de Lula à Presidência. O futuro de Ciro no PDT inclui a possibilidade de concorrer a deputado federal em 2026 para fortalecer a bancada pedetista na Câmara.
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