Erika Hilton se torna a 1° mulher negra e trans a liderar uma bancada partidária na Câmara

A bancada da federação Psol-Rede escolheu como nova líder na Câmara a deputada Erika Hilton (Psol-SP). Com isso, ela se torna a primeira mulher negra e trans a assumir uma liderança no Congresso Nacional. Presidente do PSOL em Goiás, Cíntia Dias, afirma que a conquista representa a história de luta do “nosso povo e reafirma a democracia que defendemos, participativa e empoderada”.

“Ontem recebi uma mensagem escrita ‘obrigada’. Eu não entendi na hora e perguntei ‘obrigada pelo quê’? Preta, uma liderança do Quilombo Vó Rita, uma mulher de 60 anos, catadora de reciclagem, enviou um áudio dizendo ‘por fazer parte dessa historia, ver uma das nossas ocupando espaço de poder, minha meninas da comunidade vão ter referência’. Esse é o PSOL”, destacou Cíntia.

Erika sucede o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), cuja atividade em 2024 será concentrada na campanha para a prefeitura de São Paulo. Segundo a assessoria da deputada, a bancada seguirá fazendo parte da base do governo, tendo como prioridade em sua pauta “a defesa da democracia, dos direitos humanos e contra os retrocessos impostos pela agenda da extrema direita e do bolsonarismo”.

Como líder de bancada, Erika Hilton ficará responsável não apenas por coordenar as ações dos dois partidos da federação na Câmara, como por representá-los no Colégio de Líderes, onde são definidos os itens que serão votados em plenário.A congressista ressalta o marco histórico marcado pela nova posição.

“Pela primeira vez, vamos conseguir sentar à mesa com os líderes partidários, com pessoas que no final do dia tomam decisões importantes que impactam a nossa vida, olhando-os de frente e lembrando a eles que nós chegamos neste espaço, que nós temos contribuição para o Brasil, que nós fazemos parte do Brasil e não podemos mais ser deixadas da porta para fora”, declarou.

O que falta para Goiânia e Goiás dar espaço às minorias?

Cíntia Dias, presidente do PSOL em Goiás. | Foto: Arquivo

Para o PSOL em Goiás, tanto o Estado quanto o município de Goiânia estão presenciando o completo abandono do povo trabalhador. “Esse povo é pobre, preto e tem gênero. Quando se trata de pessoas trans a violência é ainda maior. Não temos políticas públicas que assegure a vida das minorias em direitos, quanto mais em emprego e direito à escola. Quem não se lembra do prefeito Rogério Cruz pintando de preto a faixa LGBT em frente a Câmara?”, questionou Cíntia Dias.

Goiás tem uma forte presença no agronegócio, com uma grande parte da economia do estado dependendo da agricultura e pecuária. Em muitos casos, essa dependência econômica do agronegócio pode estar associada a uma visão mais conservadora em relação às políticas ambientais e sociais, especialmente em questões como regulamentação ambiental e direitos dos trabalhadores rurais. Uma pesquisa recente do instituto Futura Inteligência apontou que Goiânia tem a maior proporção de eleitores que se identificam como de direita entre as capitais brasileiras, com 48,2% dos entrevistados.

“Ou o Governador Caiado que nega uma secretaria da mulher. A delegacia da mulher central está em reforma há 2 anos. Este é o compromisso dos gestores em questão. Compromisso com a miséria, humilhação e morte do povo trabalhador, que como já disse tem cor, gênero e sexualidade fora da normatividade ultraconservadora”, completou Cíntia.

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