Bolsonaro fica em silêncio durante depoimento à Polícia Federal sobre suposta tentativa de golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que ele ficou em silêncio durante o depoimento na Polícia Federal (PF), em Brasília, em investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Fábio Wajngarten disse que o silêncio não foi “simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”.

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O ex-ministro das comunicações de Bolsonaro e advogado de defesa do ex-presidente apontou ainda que a falta de acesso à delação de Mauro Cid e as mídias obtidas em celulares apreendidos de investigados impedem que a defesa tenha um mínimo de conhecimento de por quais elementos ele é alvo de convocação de depoimento.

Em nota, a defesa disse ainda que Bolsonaro não se opõe ao depoimento e que deve fazer assim que o acesso as informações seja garantida. “Não sendo demais lembrar que jamais se furtou ao comparecimento perante a autoridade policial quando intimado”, diz o comunicado.

Além de Bolsonaro, outros investigados também compareceram à sede da PF para prestar depoimento. Entre eles ex-ministro e candidato a vice-presidente pelo PL nas eleições de 2022, Walter Souza Braga Netto; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes; o oficial do Exército Ronald Ferreira de Araújo Junior; e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Lista de convocados para depoimento

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente)
  • Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército)
  • Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
  • Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro)
  • Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha)
  • Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército)
  • Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro)
  • Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército)
  • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior.
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército)
  • Hélio Ferreira Lima, ⁠Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, ⁠Ailton Gonçalves Moraes de Barros e ⁠Rafael Martins Oliveira;
  • São Paulo: Amauri Feres Saad e ⁠José Eduardo de Oliveira;
  • Paraná: Filipe Garcia Martins;
  • Minas Gerais: Éder Balbino;
  • Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
  • Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
  • Ceará: Estevam Theophilo (esse depoimento é o único marcado para sexta-feira).

Operação

A Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal foi deflagrada na quinta-feira, 8, com o objetivo de investigar suposta organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O grupo criminoso, segundo a PF, tinha o objetivo de obter vantagens políticas com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A operação foi desencadeada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmar um acordo de colaboração premiada com os investigadores da PF.

Além de Bolsonaro, alguns dos seus principais aliados políticos e ex-ministro também estão sob investigação. A operação ocorreu em vários estados do País, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Se for condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ficar inelegível por mais de 30 anos

Os alvos incluíram o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

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