Três fatos (irrefutáveis) e uma conclusão (lógica)

Confesso ao leitor minha preocupação com os rumos do Brasil. Os sinais que a cada dia aparecem em nosso cenário trazem ceticismo quanto ao desenvolvimento de nossas potencialidades, à elevação do nível de vida do brasileiro, aos serviços públicos, ao combate à corrupção e à preservação da liberdade. Eu diria que já avançamos bastante na direção de um regime esquerdista de exceção, que tudo piora. E antes de ser acusado de ver comunistas atrás de cada porta, cito alguns fatos indesmentíveis.

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A atração do presidente da República pelos regimes de esquerda é patente.

Lula foi um dos fundadores do Foro de São Paulo, com Fidel Castro, o ditador comunista cubano, em 1990. Essa entidade congregou as forças políticas de esquerda da América Latina, inclusive as clandestinas, terroristas e envolvidas com o tráfico. Seu propósito era ganhar na América Latina, para o comunismo, o que havia sido perdido no Leste Europeu. O presidente brasileiro, embora não se declare marxista, às vezes deixa escapar suas convicções, de forma inequívoca. Foi enfático ao festejar a nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal: “Pela primeira vez temos um comunista no STF”. Declarou mais de uma vez sua admiração pelo regime ditatorial cubano. Quando morreu Fidel Castro, em 1916, Lula o classificou como “o maior de todos os latino-americanos”.  Sim, o maior, mas o maior tirano. Em novembro de 2021, em Paris, Lula declarou, falando dos latino-americanos, que “o único país que conseguiu dar um salto foi Cuba”. Sim, mas um salto para o abismo. Em agosto de 2022, em entrevista, Lula declarava que Cuba era o único país que havia dado cidadania e dignidade ao seu povo. Cuba, outrora um dos países mais prósperos das Américas, sem falar na supressão da liberdade, vive há décadas de esmolas, antes da União Soviética e depois da Venezuela. Como ambos quebraram, hoje os cubanos passam fome e falta de medicamentos. Recentemente, Cuba recorreu à ONU, pedindo alimentos. Seria isso dignidade? Cidadania?

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Como o presidente brasileiro não tem muitas luzes intelectuais, se declara avesso à leitura, e em consequência não conhece história e muito menos filosofia, o formulador estratégico de seus governos é José Dirceu, que é letrado e fez cursos de capacitação em Cuba. Lula é o sensitivo, o angariador de votos, principalmente nas classes menos esclarecidas, cuja dificuldade cognitiva não permite que percebam seu perfil. José Dirceu é o estrategista rumo ao poder. 

Comunista convicto, José Dirceu age discretamente, mas algumas vezes deixa-se levar pela vaidade e dá declarações que deixam Lula e o PT a descoberto, quanto às suas intenções totalitárias. Já em julho de 2003 dava entrevista muito reveladora à revista VEJA, afirmando: “Não nos subestimem!”. Segue no mesmo tom até hoje, reafirmando que o objetivo petista é a tomada do Poder, algo muito além de ocupar o Governo.

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Houve uma degradação generalizada nas instituições brasileiras, desde o primeiro governo de esquerda, o de Fernando Henrique Cardoso.

O Executivo perdeu-se na incapacidade administrativa, com a Saúde, a Educação e a Segurança caindo a níveis deploráveis, em comparação com outras nações, mesmo emergentes. Enlameou-se na corrupção, como mostrou a Operação Lava-Jato. O Legislativo, onde a preocupação maior é com a reeleição, tornou-se um mercado, onde o Executivo faz suas compras. O Judiciário teve sua cúpula ocupada por advogados ligados aos partidos de esquerda, chegando ao extremo de tirar Lula da prisão, apesar das condenações em três instâncias, para que ganhasse a Presidência. A essa aderência dos três poderes, somou-se outra: a da imprensa, pela ocupação das redações por esquerdistas entusiasmados e pelas verbas publicitárias que agraciaram os patrões. Restou, como instituição de credibilidade, o Estamento Militar. Todas as tentativas esquerdistas de desacreditar Exército, Marinha e Aeronáutica, e foram constantes, de 1985 a 2022, foram frustradas. A sociedade brasileira percebia que as FF AA preservavam seus valores de honestidade, dedicação à Pátria e apreço à liberdade. Todas as pesquisas de opinião, durante décadas punham as FF AA no topo da confiança social. Essa imagem, a partir de 2022, sofreu alguns arranhões, mas elas continuam pairando acima das demais instituições nacionais. Sofrem de lacuna de liderança visível, pois a última personalidade forte surgida no seu seio foi o General Eduardo Villas Bôas, no Comando do Exército. Ele se fazia ouvir, nas outras instituições, ainda que agindo dentro dos limites legais. Chegou mesmo a frustrar, apenas pela interlocução, uma primeira tentativa de libertação de Lula, em abril de 2018, como foi muito divulgado. O general deixa um vazio a ser preenchido. As FF AA incomodam a esquerda, que vê nelas um obstáculo para a tomada do Poder e implantação de um regime de exceção, como o venezuelano, e como querem os marxistas, José Dirceu à frente.   

Concluindo: o planejamento estratégico das esquerdas conseguiu agregar em um bloco até certo ponto sólido as cúpulas dos três poderes e setores periféricos, como a imprensa, o meio universitário e o ambiente artístico. Para atingir o Poder, como apregoa José Dirceu, faltaria aparelhar as Forças Armadas, o que não é fácil a curto prazo. A meta é então diminuí-las, enfraquecê-las, torná-las alvo de descrédito. As declarações mais recentes de José Dirceu são nesse sentido. Só para lembrar manifestações mais recentes do “comissário”:

Em janeiro de 2023, José Dirceu, contra todas as evidências, acusava os militares de tentativa de golpe no 08/janeiro:

“No momento, eu acredito que a tarefa imediata é rediscutir o papel da Defesa Nacional, o papel do Brasil no mundo, o papel das Forças Armadas frente à nova realidade Internacional e que eles voltem aos quartéis, saiam das estruturas de governo”.

Em janeiro deste ano:

“O caminho para a construção do golpe de 8 de janeiro começou com o suporte das Forças Armadas ao golpe jurídico-parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff e foi pavimentado pelo apoio dos militares à eleição de Jair Bolsonaro em 2018, pela forte presença em seu governo autoritário e negacionista, e pela conivência dos chefes militares com os acampamentos em frente aos quartéis pós-eleição de Lula”,

E em abril passado:

“Não é à toa que, agora, 67 oficiais estão sendo investigados. Então algo está muito errado, depois de 30 anos. O que está errado é o que o Supremo Tribunal Federal está fazendo agora, dizendo que as Forças Armadas são um poder subalterno ao poder civil. Para submeter as Forças Armadas brasileiras ao poder civil o currículo das escolas militares precisa mudar. Senão, a cada geração, eles são educados de uma forma conservadora, reacionária, como se fossem os representantes da nação que vão restaurar a moralidade e o interesse nacional. Tem que mudar também as promoções. O presidente da República tem que ter a última palavra nas promoções”.

Mais claro impossível. Às palavras, têm se sucedido as ações, tentando diminuir as FF AA. Vimos, em 2023 e 2024, uma verdadeira orquestração, na imprensa aparelhada, contra as aposentadorias e pensões militares. Outra ação foi o corte substancial em seu orçamento (em abril e julho deste ano), que poupou setores muito menos importantes. A ressureição da Comissão de Mortos e Desaparecidos, em julho deste ano, foi outra. A tentativa de desfazer a compra de blindados israelenses, ora em andamento, ainda outra. Bastante séria foi a tentativa, felizmente frustrada, de incluir no desfile do 7 de setembro, um contingente do grupo criminoso MST. O STF negou às FF AA, em abril deste ano, o status de poder moderador, praticamente declarando inconstitucional o Artigo 142 da Constituição! As notícias depreciativas na imprensa são uma constante. Mas isso seria apenas o começo. Precisamos preservar o que de digno ainda resta em nossas instituições: as FF AA. São elas o que ainda nos separa de uma Venezuela. Mas como preservá-las? Fica no ar a pergunta.

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