Anos 1970: a volta por cima do Lago das Rosas

O jornalista Agnaldo Alves escreveu em 1972: “Feio, sujo, desleixado, o Lago das Rosas contrasta terrivelmente com todos os mínimos comezinhos de urbanidade e surge assim como que um quisto a desafiar as administrações”.  De fato, um dos parques mais bonitos de Goiânia carecia de cuidados por parte do poder público no começo dos anos 1970. Na foto que ilustra este texto, do mesmo ano que o jornalista descreveu a situação acima, podemos ver o Lago das Rosas com um resto de água e o imponente trampolim disputando espaço ao fundo com a mureta e a Avenida Anhanguera. Devolver a vida ao lago que já foi o destino de tantas famílias goianienses nos fins de semana era uma missão árdua para a Prefeitura de Goiânia.

O Lago das Rosas foi inaugurado em 1941 e se tornou lugar de lazer e para tomar banho. Do trampolim se pulava para as águas ainda límpidas. No ano seguinte, durante o Batismo Cultural de Goiânia, o Lago das Rosas foi um dos lugares que mais chamaram a atenção dos visitantes. A imprensa nacional que veio cobrir a inauguração da nova capital de Goiás publicou várias fotos do parque. O aumento do número de pessoas que se afogaram nas águas do Lago das Rosas fez com que a Prefeitura proibisse o banho. O trampolim deixou de ser utilizado e virou monumento.

Nas décadas de 1950 e 1960, Goiânia disparou a crescer em tamanho e em gente. Aquela cidade tranquila dos tempos da sua inauguração ficou no passado. Problemas de cidade grande como trânsito e poluição viraram dores de cabeça para as autoridades goianienses. Em 1972, o Governo do Estado passou para a Prefeitura de Goiânia a responsabilidade de cuidar do Lago das Rosas e do Zoológico (que na época se chamava Parque Educativo). O parque perdeu seu brilho, as águas evaporaram e a lama tomou conta. Quando chovia, a enxurrada atravessava a mureta e alcançava a Avenida Anhanguera.

As coisas começaram a mudar pouco tempo depois. Em 1977, a Prefeitura de Goiânia, sob a administração de Francisco de Freitas Castro, tratou de reformar o lago e suas adjacências para que as águas da chuva não inundassem a Anhanguera. Já que não podia mais tomar banho, a instalação dos pedalinhos permitiu momentos de lazer que até hoje alegra crianças e adultos. Não seria a primeira vez que o Lago das Rosas passaria por uma grande reforma.

Outros prefeitos também deram o seu retoque no parque. Se a década de 1970 começou com um Lago das Rosas abandonado, o seu término foi a revitalização desse parque que é frequentado pelos goianienses desde 1941.

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